sábado, 16 de abril de 2011

São Leonardo de Porto Maurício, Apóstolo da Santa Missa

           
Imortal tornou-se  o nome deste franciscano, missionário da Itália, que por espaço de  44 anos pregou 326 missões em 84 dioceses, apresentando-se  assim como instrumento escolhido da Providência Divina, para a salvação de muitas almas. O resultado estupendo que lhe coroava os trabalhos de  missionário, tem sua explicação na grande santidade deste humilde filho do Patriarca de Assis. São Leonardo de  Porto  Maurício é uma figura extraordinária, entre os grandes pregadores de penitência e,  dos missionários que Deus  tem dado  à Igreja,  é ele um dos maiores. O grande orador sacro Barberini, homem de muita  experiência e  virtude, disse no relatório ao Papa  Clemente XII, em  referência à pregação de  Leonardo,  que  nunca ouvira um pregador mais eloqüente e  zeloso, orador algum que, como ele, tanto o impressionasse.  Bento XIV  assistiu a diversas missões dirigidas por Leonardo, para ouvir-lhe as práticas. Nos lugares onde pregava, um dos cuidados  do missionário era implantar  na alma do povo, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e da Sagrada Paixão de Nosso  Senhor, a adoração perpétua  do Santíssimo Sacramento e  o culto de Nossa Senhora.  Um dos mais  ardentes desejos  seus  era  ver proclamado  o dogma da Imaculada  Conceição.
             Grande  pregador, era também modelo perfeito das virtudes, que procurava implantar nos corações dos ouvintes. Possuidor  do  espírito  de São Francisco, era Leonardo, como seu  pai espiritual, amigo apaixonado da pobreza. Andando sempre descalço, não usava  hábito que não tivesse  já servido a outros Irmãos da Ordem e bastante  gasto. Presentes,  que em quantidade lhe eram oferecidos, por ocasião das missões, Leonardo os rejeitava, preferindo viver pobre, como o Divino Mestre viveu e morreu. 
           Hemoptises freqüentes e fortes obrigaram-no a  interromper pelo espaço de cinco anos a  sua atividade de missionário pregador.  Restabelecido, em 1707, subiu novamente  ao púlpito e durante 44 anos não mais  preciso foi tomar maior descanso. Nestes tempos  desenvolveu uma  atividade maravilhosa na  Itália, principalmente na Toscana.  O  amor de Deus  tinha  deitado raízes fortíssimas na alma  do santo missionário, que costumava dizer:  " Mesmo  se  tivesse  toda a certeza de parar  no inferno,  de  todo coração amaria a meu Deus". Ou: "Feliz me consideraria, se  com meu sangue pudesse  evitar um só pecado mortal, que tanto desgosto causa a  Deus e  tão gravemente  o ofende". 
           Para ter diante  de  si  a  lembrança da Sagrada  Paixão de  Nosso Senhor,  fazia todos os dias  o  exercício  da via sacra, e levava sobre o peito uma cruz guarnecida de  cinco pontas de  ferro. Nas sextas-feiras, mastigava vermuto ou outras ervas amargas, para acompanhar o divino Mestre, a quem  foram  dados  fel e vinagre a  beber.  
           Devotíssimo de Maria Santíssima,  saudava a divina  Mãe, todas as vezes que ouvia  bater horas. Os  sábados e  as  vésperas de festas marianas  eram-lhe dias de  jejum. Missão não terminava, sem recomendar aos ouvintes a  devoção a Nossa  Senhora como o melhor antídoto contra  o pecado mortal. 
          Considerando o Santíssimo Sacramento como o sol do cristianismo, a  alma da fé, o ponto central da  religião cristã, Leonardo era adorador devotíssimo  deste grande mistério, e com o maior recolhimento celebrava a santa  Missa, preparando-se para a celebração pela confissão diária. 
        Amigo de Deus e trabalhador dedicadíssimo pelos  interesses  de  Jesus,  grande amor dedicava também ao próximo. Esta caridade  teve  sua máxima expressão e  exemplificação no confessionário. Os pecadores encontravam nele um bom pai e caridoso médico. Admirável era-lhe a  dedicação  no confessionário, durante as missões. Foi observado que permanecia  no tribunal da  penitência  durante  30 horas, sem tomar alimento e  sem se permitir  um descanso.  Todos os sacrifícios, todas as fadigas as  oferecia  pelas almas do purgatório. Admirável  expressão de São Lourenço é a seguinte:  "De boa vontade ficaria na entrada  do inferno, suportando os maiores tormentos, se com meu corpo pudesse obstruir a passagem e impossibilitar  que  lá alguém entrasse". 
         Verdadeiro santo, era Leonardo amigo da Penitência. O tempo lhe era precioso demais, para  perdê-lo com  conversações inúteis. Só o serviço de Deus e  o interesse pelas  almas podiam-no  levar a sair da  cela. Durante as missões o soalho lhe servia de leito, e o corpo, macerado pelo jejum, e pelas mortificações, trazia sinais  inequívocos  de  cruéis  flagelações.   Quando estudante, era modelo  para os condiscípulos, e os mestres tinham-lhe grande estima, comparando-o com São Luís  Gonzaga.  Nunca abandonou os princípios austeros, adquiridos  na mocidade,  defensores e conservadores da santa pureza.   " Quando um religioso ,  precisa  falar com uma  pessoa de  outro sexo, deve ter o cuidado de quem tem  que se haver com um empesteado. Não podendo  evitar  o contato com tais doentes, leve consigo cheiros fortes para evitar o contágio. O religioso, enquanto precisa  falar com uma  mulher, deve usar  o incenso dos bons pensamentos, para não por em perigo a  própria  alma",  dizia.  
       Era visível a graça e proteção divina, que o acompanhavam nas missões.  Como fossem  numerosíssimas  as  conversões, não faltavam exemplos  a  mostrar como Deus castigava os desprezadores dos salutares  avisos  divinos. Em todas  as  emergências conservava São Leonardo a  conformidade e  uma profunda humildade.   "Tudo para Deus, nada para mim", era  sua divisa. 
         Leonardo morreu no ano de  1751 em Roma,  no Convento de São Boaventura. Pio VI, que o conhecera  em vida, conferiu-lhe  o título de  Bem-Aventurado. Pio IX inseriu-lhe o nome no catálogo dos  Santos da Igreja e Pio XI deu-o por padroeiro aos  missionários.
 
São Leonardo de Porto Maurício, Ora pro nobis!


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