domingo, 27 de novembro de 2011

Irlanda: Nova terra de missão

Uma igreja desmoralizada. Essa é a frase que personalifica a situação da Santa Igreja na Irlanda. Arrasada por uma série de abusos, com várias dioceses vacantes pela renuncia dos seus bispos, um núncio retirado, uma embaixada fechada, um cardeal desmoralizado. Esse é o resultado da "primavera conciliar" na Irlanda. Em uma igreja onde a "misericórdia com os pederastas" reinou por décadas, o Santo Padre vê como único meio de reergue-la, recomeçar. E para isso, ele possui a ajuda do novo núncio, um tecnocrata da CDF e um dos poucos bispos incólumes dentro de tanta perversidão: Diarmuid Martin, Arcebispo de Dublin. É o que nos conta o vaticanista italiano Paolo Rodari, com tradução do La Buhardilla de Jerónimo.

Que São Patrício proteja o pobre povo católico daquela terra, tão humilhada pelos seus pastores!

sábado, 26 de novembro de 2011

O pequeno número dos que se salvam

Hoje,no dia que a Santa Igreja comemora a festa de São Leonardo de Porto Maurício, publico esse pequeno trecho da obra desse grande santo! São Leonardo, rogai por nós!

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El pequeño número de los que se salvan


Hoy, Nov-26-2011, se recuerda entre otros santos a San Leonardo de Puerto Mauricio. Uno de sus sermones más conocidos, al menos lo era hasta hace poco, es el que se ha llamado “El pequeño número de los que se salvan”; ciertamente este tipo de admoniciones son rechazadas en estos días de católicos secularizados y mundanizados, ya que, como Uds. saben el discurso moderno es la predicación de la herejía universalista: “todos se salvan”. Si se nos permite una referencia personal, en una ocasión, hace ya varios años, en una de esas reuniones que llaman congreso o similar, un sacerdote predicaba sobre la misericordia de Dios. Este sacerdote en escencia lo que enseñaba era algo así como: Dios es tan misericordioso que nos perdona a todos sin excepción, no importa lo que hagamos, y al final del mundo, Nuestro Señor Jesucristo vendrá y nos juzgará a todos según su misericordia y todos, absolutamente todos, iremos al cielo, incluidos los que estén en el infierno, el cual quedará vacio.

Lo peor de todo este asunto, es que este sacerdote estaba en presencia de su obispo, el cual cualquiera podía distinguir entre la multitud, y todas estas herejías fueron pronunciadas sin impedimento. Al día de hoy, este sacerdote sigue por el mundo sin haber sido nunca amonestado por semejantes enseñanzas, esperamos que con el tiempo haya cambiado su mentalidad.

Tristemente, ese tipo de discursos son los que en estos tiempos oimos los católicos cuando asistimos a la Misa los Domingos.

Aquí copiamos una pequeña parte del aquel sermón de San Leonardo al que hacíamos referencia, invitándolos a que visiten el blog El pequeño número de los que se salvan, en donde encuentran una traducción del mismo, aunque según vemos, está tomada del inglés y no de su lengua original, pero para el efecto es aceptable.

Hermanos, quiero despedirlos a todos ustedes consolados hoy. Así que si preguntan mi sentimiento sobre el número de los que se salvan, aquí está: si hay muchos o pocos los que se salvan, digo que todo aquel que quiere ser salvo, será salvo, y que nadie puede ser condenado si no quiere serlo. Y si bien es cierto que pocos se salvan, es porque hay pocos que viven bien. Por lo demás, comparen estas dos opiniones: la primera afirma que son condenados el mayor número de católicos, la segunda, por el contrario, pretende que se salvan el mayor número de católicos. Imagina a un ángel enviado por Dios para confirmar la primera opinión, viene a decir que no sólo son la mayoría de los católicos condenados, pero que de esta reunión de todo estos aquí presentes, uno solo será salvo. Si obedeces los mandamientos de Dios, si detestas la corrupción de este mundo, si abrazas la cruz de Jesucristo en un espíritu de penitencia, serás ese uno que se salvará.

Ahora imaginate al mismo ángel que regrese a ti confirmando la segunda opinión. Él te dice que no sólo son la mayor parte de los católicos salvados, pero que de todos en esta reunión, uno solo va a ser condenado y todos los demás salvados. Si después de esto, continuas con tus usuras, tus venganzas, tus acciones criminales, tus impurezas, entonces serás ese uno que será condenado.

¿Cuál es el uso de saber si muchos o pocos se salvan? San Pedro nos dice: "Esfuérzate por las buenas obras para hacer tu elección segura." Cuando la hermana de Santo Tomás de Aquino le preguntó qué debia hacer para ir al cielo, este dijo: "serás salva si deseas serlo." Yo les digo lo mismo a ustedes, y aquí está la prueba de mi declaración. Nadie es condenado si no comete pecado mortal, que es de la fe. Y nadie comete un pecado mortal, a menos que quiera: que es una proposición teológica innegable. Por lo tanto, nadie va al infierno a menos que quiera, y la consecuencia es obvia. ¿Acaso eso no es suficiente para consolarlos a ustedes? Lloren por los pecados del pasado, hagan una buena confesión, no pequen más en el futuro, y todos serán salvos. ¿Por qué te atormentes así? Porque es cierto que hay que cometer pecado mortal para ir al infierno, y que para cometer pecado mortal debes querer hacerlo, y como consecuencia, nadie va al infierno a menos que quiera. Esto no es sólo una opinión, es una verdad innegable y muy reconfortante, Dios os haga entender, y que Dios los bendiga. Amén

Fonte:
http://secretummeummihi.blogspot.com/

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sacerdotes e Sacerdotes


São João Maria Vianney
Um Santo Sacerdote de Deus Altíssimo!


Pe. Fábio de Melo
Santo Deus Altíssimo, um Sacerdote!


Senhor Deus, dai-nos santos sacerdotes!
Fonte: http://apologeta.blogspot.com/

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Por quê não parar de lutar?


Abbé Régis de Cacqueray, Superior do Distrito da França

Mas por quê a Fraternidade São Pio X está tão determinada a ficar à margem da Igreja? Por quê rejeita um acordo que é proposto com tanta generosidade e que não requer compromisso algum? Por quê se priva da irradiação missionária que lhe permitiria um reconhecimento oficial? Não estamos mais na década de 70! As coisas mudaram. A Missa foi restaurada em seus direitos, as excomunhões foram levantadas. É incompreensível…

Ouvimos mais de uma vez este tipo de argumento, muitas vezes vindo de pessoas de boa vontade, amigas da Fraternidade São Pio X, e desejosas de seu bem, mas que têm dificuldade em compreender a posição dela na atual crise. Ocorre, portanto, tentar responder a estas questões, começando por admitir o que elas contêm de justo e de fundado.

Efetivamente, não estamos mais na década de 70. De fato, as grandes loucuras de então não estão mais na moda. Todavia, ainda em 3 de julho passado, Mons. Nourrichard, bispo de Evreux, participou em vestes litúrgicas à pretensa ordenação sacerdotal (obviamente inválida e escandalosa) de mulheres anglicanas em Salisbury [Inglaterra]. E este triste acontecimento está longe de ser o único: todos os dias a fé é atacada em sua integridade.

É verdade que o Motu Proprio de 2007 proclamou, depois de quarenta anos de negação, que a Missa tradicional jamais foi proibida e nem podia ser. Mas também é verdade que colocou a liturgia tradicional no mesmo plano da liturgia conciliar – aliás, bem abaixo dela -, enquanto tal liturgia conciliar é objeto de gravíssimas críticas teológicas. É correto que, em janeiro de 2009, um texto romano anulou o decreto de excomunhão dos bispos auxiliares da Fraternidade São Pio X, mas na mesma ótica o Papa Bento XVI reafirmou que, a seus olhos, os sacerdotes da Fraternidade “não tem direito a exercer o ministério na Igreja”.

Portanto, nós não negamos que o copo possa estar meio cheio: a ação da Fraternidade São Pio X, aquela de Mons. Fellay, apóia-se no reconhecimento atento e prudente da realidade da situação atual e dos seus desdobramentos. Mas não podemos e não devemos esquecer que o copo permanece meio vazio: os graves erros que estamos denunciando há quarenta anos, e que são objeto dos colóquios doutrinais, estão ainda bem presentes no coração da Igreja. Se fôssemos tentados a esquecê-los, o fulmine do funesto projeto de “Assis III” estaria lá para nos lembrar. Claro, este anúncio foi uma surpresa para todos nós: todos sabiam que o Cardeal Ratzinger não tinha apreciado a iniciativa do Papa João Paulo II em 1986, e, no entanto, este anúncio, se foi um tanto inesperado, não é de todo ilógico.

Uma vez que os princípios que fundam a iniciativa de Assis são aqueles do Vaticano II, coração do pensamento de Bento XVI, se o cardeal estava relutante no passado, talvez fosse pela forma, não pelo conteúdo: Bento XVI disse e repetiu que quer promover o diálogo inter-religioso, e Assis III será uma das etapas. Esta é a razão fundamental para manter as nossas posições: a crise da Igreja está longe de terminar. O reconhecimento oficial dos erros requer mais tempo.

Rezando para que Deus venha salvar a Sua Igreja (sem nunca pretender de sermos nós, com nossas forças, a poder fazê-lo), continuamos a fazer, portanto, fielmente aquilo que a Providência, em sua misericórdia, nos chamou a fazer: testemunhar para e contra todos a Tradição da Igreja.

Abade Régis de Cacqueray, Superior do Distrito da França.

Fonte: Editorial do nº 200 de Março – Abril 2011/03/12 de Fideliter. Tradução: Giulia d’Amore di Ugento
Fonte: FSSPX - Brasil

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Comunicado II

Caríssimos leitores

Estou tão quão mais surpreso que os senhores em relação a última postagem do Pedro Henrique.
Esse blog nunca me pertenceu. Toda a formatação dele, ideia e 99% das postagem, pertencem ao Pedro Henrique. Agora eu que não tenho tempo e muito menos hábito de postar tenho nas mãos a responsabilidade de atualizar e conduzir um blog que já foi citado e está na indicação de verdadeiros príncipes da blogosfera católica.

Pelo o que ele escreveu, ele começará um novo apostolado mais coerente com o que ele acredita agora e eu ficarei com esse apostolado. Não quero críticas públicas a sua decisão. A guerra, a luta, a exclusão que vivemos não é para todos e ele fez a sua escolha. Aos que quiserem se comunicar pessoalmente com ele, escrevam para o antigo endereço de email desse blog: extraecclesiamsalusnulla@gmail.com . Digo antigo porque a partir de hoje o endereço oficial de contato será: extraecclesiamsallusnulla@yahoo.com.br

Suplicando à Santíssimo Virgem intercessão nesse momento tão delicado, peço também a oração de cada um dos nossos tão fiéis leitores.

domingo, 20 de novembro de 2011

Comunicado

Queridos Leitores,

É com grande pesar que anuncio que não farei mais parte deste blog. O senhor Leonardo Henrique e eu estamos com grandes divergências de idéias e por isso decidi abandonar este blog que foi criado por mim de agosto do ano passado.
Não sei se o senhor Leonardo continuará com o blog, mas tudo indica que sim.
A todos nossos leitores peço que rezem por mim. Foi um grande prazer estar com vocês nestes 15 meses que em estive a frente do EXTRA ECCLESIAM SALUS NULLA.
Espero em breve estar com um novo blog, defendendo a verdade católica CUM PETRO ET SUB PETRO SEMPER.
Até breve

Pedro Henrique

Homenagem a Sua Excelência Dom Marcel Lefebvre (1905–1991)



AQUI



JUDAS

Traiu o Senhor por 30 moedas de prata...
Qual é o seu preço?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A missa que o Papa Bento XVI celebrará no Benim, país africano que o Santo Padre visitará neste fim de semana, está prevista para ser assim:

"Neste grande dia de encontro eucarístico do Santo Padre com toda a África múltipla em seus costumes e em suas línguas, não hesitamos em empregar a língüa da Igreja Universal, o latim, que tem a vantagem de unificar a oração de nossa assembléia tão diversificada e de manifestar assim a união das vozes e dos corações no canto gregoriano (Missa de Angelis) e na escolha do cânon romano (Oração Eucarística I)."
Introdução ao missal das celebrações pontifícias, pág 11

Viva o Papa!!! Vivas tanto ou mais que Pedro!!!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O que o Pe Leo diria da atual situação da CN???


Os dois erros

Refletindo sobre a atual situação em que vivemos no campo eclesial é inegável o forte estabelecimento de duas correntes perigosas que têm afastado almas do reto caminho da salvação. Ambas se disfarçam como cordeiros, mas no fundo são lobos e trabalham para a auto destruição da Igreja. São correntes antagônicas, mas que no fundo possuem a mesma origem protestante.
A primeira corrente, os modernistas, quase não é preciso falar. São conhecidos de todos. Já estão mais do que condenados por tantos papas como São Pio X e Pio XII. São aqueles que acreditam que o "Fiat Lux" aconteceu em 1962 e que antes apenas havia uma Igreja autoritária, reacionária e opressora. São os modernistas aqueles que negam uma Igreja bimilenar com toda sua tradição e riqueza.
Desta corrente temos as consequências visíveis como uma infinidade de abusos litúrgicos, desmando no clero, falso ecumenismo e tantas outras coisas que não estão de forma alguma contida em nenhum documento conciliar do Vaticano II.
Não estou aqui de forma alguma afirmando que o Vaticano II foi um mar de rosas ou coisa parecida, mas é fato que estes abusos terríveis que vemos por ai não são de forma alguma previstas no documentos deste concílio.
Da corrente modernista é necessário tomar muito cuidado, pois ela está disfarçada de legalidade, mas no fundo   não passam de trapaceiros que aos poucos de infiltram no clero e causam grande destruição.
Reconhecer um modernista é fácil. Eles tem várias facetas, mas no fundo são muito parecidos. Podemos dar alguns exemplos práticos: quando um padre começa a falar muito dos pobres, mas não faz nada por eles é um sintoma forte de que ele seja um modernista da Teologia da Libertação.  Os santos da Igreja faziam mais pelos pobres do que falavam. Outro sintoma é quando o padre abandona suas vestes clericais, celebram a missa de qualquer jeito, se negar ouvir confissões. Tudo isso é sintoma de modernismo agudo.
Os leigos também podem estar inseridos nesta heresia. Geralmente os leigos modernistas são aqueles que querem tomar conta da missa. Querem dar comunhão, fazer leitura, cantar o salmo, rezar as preces e etc. São aqueles que torcem para o padre não poder ir rezar a missa para fazerem o que chamam de "culto" ou "paraliturgia". Mas tomemos cuidados para não sermos injustos. A maioria dos leigos vivem na ignorância, por isso não chame a senhorinha de 80 anos de sua paróquia de modernista. Provavelmente ela nem saiba o que esta fazendo.
A segunda corrente tão perigosa quanto a primeira é o que eu chamo de radicais tradicionalistas. Sim, estes também são perigosos. Não pensem aqui que me refiro a um grupo ou outro. Muito menos pensem que falo dos padres da FSSPX. Não! Admiro muito a FSSPX e isso é conhecido de todos. Os que aqui me refiro são os chamados sedevacantistas, sejam eles teóricos ou práticos. Os sedevacantistas teóricos são aqueles que acreditam que o único documentos papal válido da história é a bula "CUM EX APOSTOLATUS OFFICIO" do papa Paulo IV. Eles usam essa bula para justificar tudo, mas não contam para ninguém que essa bula foi ab rogada pelo papa Pio IV sucessor imediato de Paulo IV. Os sedevacantistas práticos são aqueles que, apesar de "reconhecerem" os papas pós conciliares como verdadeiros papas, não usam rezar uma ave maria sequer pelo sucessor de Pedro e não conseguem enxergar um ato positivo sequer de seus pontificados e chegam até mesmo a se referir ao Santo Padre desrespeitosamente. Neste grupo sim existem muitos leigos ligados a FSSPX e por isso é necessário tomar cuidado.
Para esse grupo, o mundo acabou em 1962 e o que veio depois é obra do demônio. O princípio protestante desta corrente é muito claro, que é a não adesão filial ao Papa.
Evidentemente devemos entender que ter adesão filial ao Papa não é concordar com todos os seus atos políticos, mas sim procurar de boa vontade entender o que o Papa diz e depois de uma análise madura concordar ou não. Evidentemente em matéria de moral e doutrina devemos como bons católicos aderir em tudo ao papa, pois é ele quem possui as chaves do Reino dos Céus. Adesão filial também é estar unido em oração pelo papa, sofrer com o papa, não permitir que falem mal do papa por ai. Isso os radicais tradicionalistas não fazem. Aliás, a única coisa que sabem fazer é tecer palavras ásperas contra o Santo Padre.
Posso dizer que estive a beira de poder ser considerado um radical tradicionalista, porém vi que é necessário ponderar as coisas. Um exemplo clássico é o pontificado de Paulo VI. Sempre fui um crítico deste papa até o dia em que decidi ler suas encíclicas. Lendo Paulo VI vi o grande papa que ele foi. Penso o que seria do mundo hoje se Paulo VI não tivesse a coragem de escrever a "Humanae Vitae" e a "Populorum Progressio". Numa época em que o clero queria o máximo de libertinagem, Paulo VI foi contra a maré é escreveu a "Sacerdotalis Caelibatus" . Essas coisas os radicais tradicionalistas não falam.
Então qual seria o correto caminho?
O caminho correto é estar CUM PETRO ET SUB PETRO. Mas aqui é claro que falo de São Pedro até Bento XVI. A Igreja é uma só nestes dois mil anos. Se submeter apenas de São Pedro a Pio XII é um erro, pois Nosso Senhor não abandonou sua Igreja no tempo que vivemos. Assim também é errado se submeter apenas de João XXIII a Bento XVI e negar toda história bimilenar da Igreja.
Devemos tomar cuidado, pois se escuta de tudo por ai. Devemos estar atentos para escutar a voz do verdadeiro pastor!


terça-feira, 15 de novembro de 2011

A falsa humildade: Quando os santos agiram!

Leitor mal preparado e bem intencionado esbraveja: blog responde.

Recebo no post Pensamentos esparsos de um católico perplexo II: a convidada de Bento XVI. um comentário, que não será publicado, dizendo uma série de tolices que passam pela cabeça de muitos católicos e que talvez seja bom esclarecer. Ele começa assim (sic): “Leigos com capacidade de condenar um PAPA, justamente aquele teve peito, por exemplo, a lançar uma Carta Apóstolica colocando acesso dos fiéis a Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano.” O post em tela critica e discorda de uma ação do Papa Bento XVI, apenas isso. A frase faz menção, inexplicavelmente, ao Motu Proprio Summorum Pontificum. Meu post não se relaciona ao Motu Proprio e nada afirma sobre a Missa. Mas o leitor quer mostrar quão bonzinho foi o Papa e porque não devemos criticá-lo. Nisto ele desconhece toda a história recente da Igreja e o quanto devemos este “movimento próprio” do Papa ao excomungado Dom Lefebvre e à Fraternidade São Pio X. Não houvesse a resistência heróica de Dom Lefebvre e a contínua luta da FSSPX, não haveria oSummorum Pontificum. Tudo para ser movido precisa de um movedor, dizia Aristóteles; se quiserem descobrir o movedor do “movimento próprio” do Papa Bento XVI, olhem para Dom Lefebvre.

O leitor segue em seu comentário dizendo: “Não vi ninguém neste BLOG contactar (de coração aberto) o vaticano e pedir explicações como cristãos, e enfim podermos entender as suas ações. Acho que assim este BLOG pretaria uma ação coerente.” Deixemos o português de lado e concentremos no essencial. Aqui, neste modestíssimo blog, só há o blogueiro, que conta com a ajuda eventual de seus dois filhos. Não somos uma multidão. Não contatei o Vaticano para pedir explicações sobre Assis e particularmente sobre Kristeva, porque não me ocorreu nenhuma dúvida a este respeito. Eu não tenho dúvida que foi pelo espírito de ecumenismo do CVII que Bento XVI convidou Kristeva; este mesmo espírito ao qual todo verdadeiro católico tem o dever de se opor. O leitor fala ainda de um conceito de obediência e respeito que é completamente equivocado. Nosso respeito e dever de obediência não devem ultrapassar o limite das leis de Deus e da Igreja. Veja o que Dom Antônio Castro Mayer dizia sobre isso; os negritos são meus.

“‘O que pode dar-se, é normal que, por vezes, aconteça’, comentava Santo Tomás. O Vaticano II exemplifica o aforismo. Concílio ecumênico, sem dúvida, mas que, por determinação de seus próprios autores, exclui de seus decretos qualquer definição nova, qualquer dogma novo. Por isso seu magistério – como o de todos os concílios ecumênicos – é oficial, não, porém, infalível. Prestou-se à possibilidade de carrear, para os fiéis, declarações ou afirmações destoantes do conteúdo revelado tradicional.

“E assim se passou. Ninguém, com efeito, que tenha cabeça no lugar, poderá dizer que a liberdade assegurada pelo Concílio, de cada qual seguir sua religião, não contradiz o dogma de que fora da Igreja não há salvação. Com efeito, este dogma, sancionado pelo IV Concílio de Latrão, obriga-se a ser Católico Romano e isso sob pena de condenação eterna nas chamas do inferno. Conclui-se que, quem segue conscientemente tudo quanto o Vaticano II propugna, desconhece dogmas revelados, colocando-se fora da Igreja de Cristo, pois basta recusar pertinazmente uma só verdade revelada para se perder a fé.”

Então, caro leitor, se for para respeitar um bispo da Igreja nesta matéria, prefiro respeitar Dom Mayer. Suas críticas, tais como as de Dom Lefebvre, nestas e noutras questões acerca do Concílio Vaticano II nunca, repito nunca, foram respondidas pelo Vaticano, apesar das várias comunicações que foram feitas entre eles e os vários Papas. Seria inútil o modesto blogueiro perguntar algo ao Vaticano sobre isso.

Mas o leitor fala de obediência e respeito (certamente respeito humano, que é condenado por todos os santos da Igreja) para com padres, bispos e Papa. Este leitor certamente seria ariano no tempo do arianismo e teria enlouquecido no tempo do grande Cisma do Ocidente. No arianismo, ele teria aderido às idéias de quase todos os bispos que se tornaram hereges juntamente com Ário; por obediência, é claro. Ele teria apoiado os vários exílios a que foi submetido Santo Atanásio, quase o único bispo que se opunha ao arianismo. No grande Cisma ele teria enlouquecido ao ver, de um lado Santa Catarina de Sena apoiando Urbano VI, e de outro São Vicente Ferrer apoiando Clemente VII. De fato, muita gente enlouqueceu, figurativamente, e este cisma preparou, juntamente com outras circunstâncias, a Reforma Protestante do século XVI. Santa Catarina chama Clemente VII de anticristo e seus seguidores – padres, bispos, cardeais – de hereges. Veja o que ela fala a três cardeais italianos: “Essa heresia não é cegueira de ignorância, ou seja, efeito da falta de conhecimento. Convosco não aconteceu que outras pessoas vos dissessem algo de diferente. Não. Vós conheceis a verdade, vós a tínheis anunciado a nós. Não fomos nós que comunicamos a vós a fé. Como sois loucos! Destes a nós a verdade e ficastes com a mentira.”

Você cita, caro leitor, justamente Santa Catarina como um exemplo de obediência cega a todo padre. Veja o quanto está enganado.

Você diz ainda, muito equivocadamente: “Não estou discutindo se o que é certo é certo, ou o que se o que está errado, se é errado? Trata-se de ocupar nosso lugar como leigos, com HUMILDADE?” O quanto seu conceito acerca da humildade e do papel dos fiéis leigos está errado! Se o ser humano não está sempre preocupado com o certo e o errado, ou seja, com a verdade, ele abre mão justamente daquilo que o torna humano. Eu estou preocupado, preocupadíssimo, com o que está certo e errado, sempre; rezo por isso, peço a Deus que eu não perca nunca a capacidade de discernimento.

Você ainda mostra todo o seu equívoco quando lembra a aceitação de Nossa Senhora da suprema graça de ser Mãe de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor”. E você pergunta: “um ESCRAVO tem direito a opinião????” Meus Deus, quanta ignorância! O ato da Virgem Santíssima só teve mérito porque ela poderia ter dito não, porque ela poderia ter exercido seu livre arbítrio. O que ela fez foi entregar sua vontade, sua opinião, todo o seu ser aos desígnios de Deus! E só faz isso quem tem vontade, opinião e possibilidade de exercê-las.

Termino esse post contando ao leitor indignado um caso que ilustra bem o que os leigos católicos têm feito ao longo da história da Igreja. Quando Santo Atanásio foi exilado pela segunda vez (de um total de cinco), Gregório da Capadócia assumiu a diocese de Alexandria, a diocese do santo. Gregório se comportou mais como gangster do que como bispo. Ele assistia passivamente a monges serem martirizados, virgens serem violentadas, tudo pela implantação do arianismo em sua diocese. Os leigos, estes que o leitor acha que não têm direito a opinião, que devem ser humildes, vendo que o Imperador não ia tomar nenhuma providência, simplesmente assassinaram Gregório! Logo depois, por várias pressões, o Imperador permite que Atanásio reassuma triunfalmente sua diocese. Isto deve horrorizar meu pobre leitor.

Fonte: Blog do Angueth

sábado, 12 de novembro de 2011

Cardeal Bertone ordena que documentos vaticanos sejam aprovados na Secretaria de Estado



O vaticanista italiano Sandro Magister assegurou que o Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de estado Vaticano, ordenou que de agora em diante os documentos dos dicasterios da Santa Sé sejam aprovados pela Secretaria de Estado antes de sua publicação.

Magister afirma em sua coluna do suplemento Chiesa do jornal italiano Espresso que a decisão foi tomada pelo Cardeal no último 4 de novembro logo depois das críticas que gerou um texto do Pontifício Conselho Justiça e Paz publicado em 24 de outubro no qual se propunha uma autoridade econômica mundial, e que foi apresentado por alguns meios como em sintonia com o movimento internacional dos "indignados".

O vaticanista assinala que o Cardeal presidiu uma "cúpula" na Secretaria de Estado na qual comentou que só soube do documento no dia em que foi publicado.

Magister indica logo que "certamente, o fato que (o Cardeal) Bertone e os seus tenham visto esse documento apenas após a sua publicação é algo que também assombra".

Na conferência de imprensa da apresentação do documento, anunciada desde em 19 de outubro, participaram as autoridades do Pontifício Conselho Justiça e Paz e o professor Leonardo Becchetti, professor de economia na Universidade de Roma Tor Vergata e perito de microcrédito e de comércio igual e solidário, "considerado o principal divulgador do documento".

Magister ressalta logo que "o objetivo principal do documento, nada menos que um governo único mundial da política e da economia, saiu do G20 de Cannes (França) literalmente destroçado".

"Não só porque de uma utopia semelhante ninguém, nem sequer vagamente, falou. Porém porque o pouco que foi decidido em concreto foi na direção contrária. A desordem mundial é hoje maior que antes e tem seu déficit mais grave na acrescentada incapacidade dos governos europeus de assegurar uma ‘governança’ do continente".

O vaticanista diz logo que o que mais "irritou principalmente a muitos estimáveis leitores do documento do Pontifício Conselho ‘Justiça e Paz’ é que está em contradição clamorosa com a encíclica ‘Caritas in Veritate’, de Bento XVI".

Magister assinala que "na encíclica, de maneira alguma o Papa Joseph Ratzinger invoca uma ‘autoridade pública com competência universal’ na política e na economia, uma espécie de grande Leviatã que não se entende como deve ser entronizado nem por quem, o qual é querido pelo documento de 24 de outubro".

"Na Caritas in Veritate o Papa fala mais propriamente de ‘governança’ (quer dizer, de regulamentação, em latim "moderamen") da globalização, através de instituições subsidiárias e estratificadas. Isto não tem nada a ver com um governo monocrático do mundo".

Crítica de L’Osservatore Romano


Ettore Gotti Tedeschi, perito economista e presidente do Instituto para as Obras de Religião, o chamado "Banco" do Vaticano, escreveu um artigo este 4 de novembro –no mesmo dia da cúpula convocada pelo Cardeal Bertone na Secretaria de Estado– no jornal vaticano L'Osservatore Romano, "um editorial de sua autoria que sonha como um repúdio total do documento do Pontifício Conselho Justiça e Paz".

Nesse texto Gotti assinala que "os erros de interpretação e a subestimação da atual crise econômica foram graves e perduram".

O perito afirma ademais que "é avaliável –mas esperemos que seja só uma tentação– um imposto à riqueza das famílias, mas sacrificando um recurso necessário para o desenvolvimento e produzindo ao mesmo tempo uma injustiça".

Gotti assinala que ante a crise mundial "a solução está nas mãos dos Governos e dos bancos centrais, que devem levar adiante uma ação estratégica coordenada de reindustrialização, reforço dos organismos de créditos e apoio à ocupação. Isto requererá tempo, um tempo de ‘austeridade’ em que se reconstituam os fundamentos do crescimento econômico".

A nota conclui indicando que são os governos aqueles que "devem restituir a confiança aos cidadãos e aos mercados através de uma governabilidade adaptada aos tempos, que além de garantir a conveniência técnica, seja à sua vez um modelo de liderança, quer dizer, um instrumento para alcançar o objetivo do bem comum".

Para ler o artigo completo de Magister e o de Gotti Tedeschi AQUI


Fonte: ACIDigital

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Canção Nova: Uma emissora com programação demoníaca

Canção Nova, escândalo novo: deputado petista, gayzista e perseguidor da Igreja estréia programa!

A TV Canção Nova acaba de lançar seis novos programas. Assim informa o seu próprio sítio: “Segundo o diretor artístico da emissora, Gilberto Maia, as produções terão formato diferenciado e serão inovadoras no estilo e no conteúdo, com o intuito de atender a todos os públicos“.

Todos os públicos mesmo. Ao lado de um “conservador” “Pergunte e responderemos”, do sempre passivo Felipe Aquino, foi lançado, entre outros, o programa “Justiça e Paz“, que vai ao ar nas quintas-feiras, das 23:30 à meia-noite.

E quem são as grandes estrelas do novo show?

Deixemos que fale a assessoria de imprensa da Canção Nova: “O bispo de Jales (SP), Dom Demétrio Valentini e o sociólogo Edinho Silva vão discutir temas sociais a partir da doutrina social da Igreja, contida no Catecismo da Igreja Católica. Entrarão em pauta assuntos como democracia, saúde [ndr: aborto? afinal, para eles é questão de saúde pública...], educação, greves, sindicatos e liberdade religiosa“.

O Epíscopo-vermelho de Jales todos conhecem. Do ignóbio episcopado brasileiro, é o que há de mais abjeto. Mas, quem é Edinho Silva?

Um leitor de Araraquara, conterrâneo do sociólogo, informa: Edinho Silva é Deputado Estadual em São Paulo pelo PT. E continua: “Quando prefeito de Araraquara, iniciou a revolução homossexual com a semana do orgulho homossexual com palestras e passeatas” [Prova disso está na página da web do Deputado].

Em sua biografia estão suas raízes ideológicas: “Como cristão engajou-se nas pastorais da Igreja Católica e seguindo os passos da Teologia da Libertação“. Não é a toa que conseguiu no bispo de Jales um companheiro de programa a seu nível.

No entanto, caro leitor, se tudo isso é ruim, lembre-se que, tratando-se da Canção Nova, pode ficar ainda pior.

Você se recorda da apreensão de folhetos do Regional Sul 1 da CNBB em uma gráfica de São Paulo, no ápice da campanha eleitoral de 2010?

De acordo com o Estado de São Paulo, “a ação da Polícia Federal obedeceu a uma representação do PT acolhida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.

O presidente do PT-SP na época? Edinho Silva, a estrela da Canção Nova, cujo nome vemos na Folha de Sâo Paulo em 16/10/2010: “Segundo o presidente do PT paulista, Edinho Silva, os advogados da campanha irão à Justiça Eleitoral para impedir a continuidade da impressão“. Edinho foi reeleito em 2010 e permanece até hoje presidente do Partido da Morte no estado de São Paulo.

É estarrecedor, mas não surpreendente: a Canção Nova, cujo departamento de jornalismo realizou há menos de uma semana uma excelente cobertura do Congresso pela Verdade e pela Vida, está promovendo o que há de mais descarado e escrachado da “cultura de morte”! Socialismo e seus filhos gayzismo e abortismo numa tacada só!

O primeiro programa “Justiça e Paz” teve como convidados, segundo o sítio do Deputado Edinho, “Gilberto de Carvalho, Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Wellington da Silva Jardim, mais conhecido como Eto, presidente da Canção Nova, Gabriel Chalita, deputado federal, professor e apresentador do programa Papo Aberto, também da Rede Canção Nova e Eros Biondini, deputado federal e apresentador do programa Mais Brasil”.

Como não ver nessa gama de convidados e no programa em si uma nova demonstração dos brumosos interesses políticos da Canção Nova?

O “amigo Professor Edinho”, que está “entrando na equipe Canção Nova”, recebeu as boas-vindas e a aprovação do sr. Eto [aquele mesmo senhorzinho ignorante, autor de livrecos de auto-ajuda dos mais chinfrins, que, arrogando a si um poder eclesiástico, pretendeu calar o Padre José Augusto depois deste sacerdote ter se indignado com a postura política de certos católicos, numa clara insinuação à própria Canção Nova]:

Trata-se simplesmente da consolidação do diabólico flerte da Canção Nova com o socialismo petista. Da instrumentalização da Fé Católica, a despeito das ingênuas aprovações eclesiásticas. E com um forte odor de troca de benefícios políticos e econômicos.

Com o nosso caro leitor indignado, a quem agredecemos, concluímos: “É pela Canção Nova que este deputado vai ser catapultado, utilizando-se do eleitorado católico cujo catecismo vê o aborto e o homossexualismo pecado que brada aos céus e a Deus por vingança”.

* * *

Aos leitores que solicitaram os endereços para denúncia às autoridades eclesiásticas:

NUNCIATURA APOSTÓLICA – DOM LORENZO BALDISSERI

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Fax: (61) 3224 – 9365
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1ª Seção Tel. 06.6988-3014
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CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

Eminência Reverendíssima Dom William J. Levada
Palazzo del Sant’Uffizio, 00120 Città del Vaticano
E-mail: cdf@cfaith.va – Tel. 06.6988-3438 Fax: 06.6988-5088

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SUPREMO TRIBUNAL DA ASSINATURA APOSTÓLICA

Eminência Reverendíssima Dom Raymond Cardeal Leo Burke.
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CONGREGAZIONE PER IL CULTO DIVINO E LA DISCIPLINA DEI SACRAMENTI
Eminência Reverendíssima Dom Antonio Cardeal Cañizares Llovera, Prefeito desta egrégia Congregação,
Palazzo delle Congregazioni
Piazza Pio XII, 10
00120 CITTÀ DEL VATICANO – Santa Sede – Tel. 06-6988-4316 Fax: 06-6969-3499
e-mail: cultidiv@ccdds.va; vpr-sacramenti@ccdds.va

FONTE: FRATRES IN UNUM

Monsenhor Lefebvre visto por seu colaborador próximo







Mons. Lefebvre visto por um seu colaborador próximo
por Marco Bongi


Apresentamos a síntese de um interessante colóquio com um dos primeiros colaboradores de Mons. Marcel Lefebvre. Padre Emanuel Du Chalard[1], conhecido por ser o pioneiro da presença da FSSPX na Itália e por sempre ter mantido contatos diplomáticos informais entre a Fraternidade e Roma, nos descreve alguns dos aspectos da personalidade do fundador, saindo, talvez pela primeira vez, de sua proverbial e humilde discrição.

* * *

Missa Pontifical em Albano. 
À esquerda de Mons. Lefebvre: Dom Emmanuel
Pe. Emmanuel, o senhor foi um dos primeiros sacerdotes ordenados por Mons. Lefebvre após a fundação da FSSPX. Também lhe foi próximo por muitos anos. Pode nos descrever brevemente a sua personalidade na vida cotidiana, fora dos momentos públicos?

Antes de tudo, Mons. Lefebvre foi para nós um pai e um exemplo. Sempre atento a tudo, até mesmo aos menores detalhes. Queria que o seminário fosse simples, mas limpo e arrumado. Vivia no seminário como nós, seguia os mesmos horários, era sempre presente a todas as orações comunitárias, fazia suas refeições no refeitório com os seminaristas, nunca pedia algo especialmente para ele. Por outro lado, não gostava de favoritismos. Era muito atento às pessoas, sempre pronto a ouvir os seminaristas, podia-se visitá-lo em seu escritório quando se quisesse, parecia que nunca estava ocupado com outra coisa para fazer. Foi um exemplo de disponibilidade. Tinha sempre uma grande atenção com os hospedes, uma conversa agradável e gostava de humorismo ou de piadas. Transmitia uma sensação de alegria, assim como de paz e serenidade. Era um homem bom, mas era, sobretudo, um sacerdote e um Bispo próximo a todos. Para vê-lo ou marcar um compromisso com ele não era difícil: não tinha um secretário particular, se geria sozinho: compromissos, correspondência, organização de viagens.
Seu estilo de vida foi um exemplo para todos. E podemos serenamente afirmar que a Fraternidade São Pio X marcou seu estilo de vida mais sobre o exemplo de seu fundador do que o extraindo de seus ensinamentos.

Pode nos contar alguma anedota inédita que viveu ao lado de Mons. Lefebvre?

Mons. Lefebvre missionário em Angola
Eu não saberia dizer, mas posso afirmar que, quanto mais conhecia e visitava Mons. Lefebvre, especialmente no contexto romano, mais percebia que era realmente um grande homem de Igreja. Bem poucos tiveram uma experiência como a dele, amadurecida pelasresponsabilidades recebidas. Conhecia a Cúria Romana e os seus mecanismos à perfeição. Praticamente, por uma razão ou outra, havia visitados todos os dicastérios vaticanos[2]. Não apenas conhecia bem a Igreja e seus problemas, mas tinha dela uma visão de fé e sobrenatural. Tudo isso fazia dele um eclesiástico de grande estatura.
O senhor acompanhou muitas vezes Mons. Lefebvre em suas visitas ao Vaticano. Com que ânimo eram vividos tais momentos, como se conciliavam nele o amor pela Roma Católica e o desejo de defender a doutrina de sempre, muitas vezes contrariada pelas mesmas autoridades?
Mons. Lefebvre consagrara sua vida à Igreja, a Roma, ao Papado, vivia para ela; e, para ele, servir a Igreja significava salvar as almas. Por isso, a crise pós-conciliar foi vivida por ele como um drama. O sentido missionário era inscrito profundamente na sua alma. Podemos dizer que sua reação diante da crise da Igreja foi determinada pela consciência de quais fossem as verdadeiras necessidades das almas. Se a Fé não é mais transmitida, as almas não podem se salvar.
Sempre me lembrarei de sua reação ao anúncio da primeira Jornada de Assis[3] em outubro de 1986. De passagem por Ecône, me encontrava em seu escritório e lhe falei o que se sussurrava sobre este projeto. Ele colocou a cabeça entre as mãos e disse, com um tom muito pesaroso: "é a destruição da missão". Era a sua alma profundamente missionária quem reagia.
Sempre constatei nele um grande respeito pela hierarquia eclesiástica. Talvez sua timidez e até mesmo este respeito faziam com que, se um Cardeal na conversa afirmava um erro ou dizia algo errado, geralmente Monsenhor calava-se e não falava mais. Para ele, era inconcebível que um homem de Igreja pudesse falar assim. E saindo da reunião, me dizia: "Mas como é possível que o Cardeal possa afirmar estas coisas!" Estava desconcertado.
Certamente, foi para ele uma tragédia encontrar-se em oposição a Roma e ao Papa. Ele, que por décadas fora encorajado pelo Papa por causa de seu apostolado na África, não concebia como não pudesse mais trabalhar no mesmo espírito e com o mesmo zelo. Algo havia mudado com o Concílio [Vaticano II]. Em tais situações, foi apenas a sua grande Fé a guiá-lo, e foi uma Fé vivida até o heroísmo. Pagou com sua pessoa.
Na Fé, de fato, há uma ordem. A Igreja está ao serviço da Verdade (Verdade sobrenatural); a Igreja é a guardiã da Verdade, não faz a Verdade e não pode mudá-la. Depois ela deve transmiti-la em sua integralidade. A Igreja está também ao serviço das almas, e tem a responsabilidade da salvação delas. Todo o resto deve ser ordenado em função da Fé e da salvação das almas.
Foram estes conceitos que guiaram Monsenhor Lefebvre nesses anos de dificuldades com Roma. Ele estava convencido de que um dia Roma agradeceria à Fraternidade por sua defesa da Fé e por todos os sacrifícios feitos. Eu, pessoalmente, estou convencido de que um dia a Igreja reconhecerá a Fé heroica deste Bispo.

O senhor esteve ao lado de Mons. Lefebvre também quando ele decidiu ordenar os quatro bispos da FSSPX. Como foram vivenciados aqueles dias? Qual foi o fato decisivo que o levou a essa difícil escolha?

Ao lado de Mons. Lefebvre, o padre Schmidberger
Não fui o único sacerdote a acompanhar de perto este momento delicado da existência de Monsenhor e da vida interna da Fraternidade. Penso que o padre Franz Schmidberger[4], que era então o Superior Geral [da Fraternidade], e os quatro [sacerdotes] que foram consagrados Bispos poderiam testemunhar melhor do que eu. Houve, essencialmente, três etapas para este caminho: a decisão de consagrar, quando fazê-lo e, finalmente, a consagração em si.
A primeira etapa foi longamente preparada com uma reflexão pessoal sobre a crise da Igreja. Muito provavelmente pediu pareceres a pessoas competentes e, acima de tudo, rezou muito. Sabe-se, por exemplo, que Monsenhor, por pelo menos um ano, levantou todas as noites para rezar durante uma hora diante do Santíssimo Sacramento, a fim de receber as graças necessárias para entender o que devia fazer. Ouvi-o dizer: "Poderia deixar as coisas como estão e, depois, o Senhor proveria pelo futuro da Fraternidade, mas o Senhor poderia me dizer no dia do Juízo: fez tudo o que podia como Bispo?". Em meu humilde parecer, seria errado pensar que Monsenhor tenha tomado esta decisão somente por causa da Fraternidade e do seu futuro.
Certamente, ele via, mais, a necessidade da Igreja em geral e ponderava, em consciência, que este passo era necessário para o retorno da Tradição, especialmente através da renovação de um sacerdócio autêntico.
Esta foi a primeira etapa e, uma vez tomada a decisão, houve para ele como que uma sensação de alívio, porque havia entendido com clareza que aquela era a vontade do Senhor.
A segunda etapa dizia respeito a quando proceder a tais consagrações episcopais. A solução do problema veio como resultado de uma sucessão de eventos. Antes, quis ainda tentar junto a Roma a possibilidade resolver o problema: reuniões com o Card. Ratzinger[5], depois a visita canônica com o Card. Gagnon[6], então a Comissão entre a Santa Sé e a Fraternidade e, finalmente, o famoso protocolo de 05 de maio de 1988[7].
Tudo isso, entretanto, não permitiria a Monsenhor continuar com serenidade a sua obra, mesmo reconhecendo que, no protocolo, a Santa Sé fazia concessões importantes, tais como o uso dos livros litúrgicos tradicionais.
Certamente, também, um fato não secundário era a sua idade avançada. Ele entendia que não podia mais continuar viajando, dar as Crismas e fazer as ordenações. E, então, tomou a decisão de consagrar quatro Bispos em 30 de junho de 1988.
A terceira etapa todos nós a conhecemos. Foi vivida com um pouco de tensão, devido a algumas ameaças e à grande multidão de jornalistas vindos de todo o mundo. 
Com a Princesa Pallavicini em Albano
Acrescento, a tal propósito, duas considerações. A primeira concerne à serenidade e à paz que acompanharam Monsenhor em todas as etapas, e que sempre soube comunicar àqueles que estavam por perto. A outra consideração diz respeito à sua determinação. Uma vez tomada uma decisão, nada o detinha. Antes das consagrações, ele recebeu muitas pressões por parte de Roma e de outros ambientes para que desistisse. Isso me lembra de como manteve o mesmo comportamento na conferência realizada em junho de 1977, em Roma, no palácio da Princesa Pallavicini[8]. Na época, houve uma forte pressão por parte da mídia italiana e por algumas visitas de diversas personalidades, mas nada e ninguém o haviam detido. Não era um homem precipitado nas suas decisões. Mas quando as decisões eram tomadas, especialmente se tinham sido sofridas, nada o detinha.

É verdade que o encontro em Assis em 1986 representou um elemento importante que levou Mons. Lefebvre a decidir-se pelas consagrações episcopais?

Eu não diria que o encontro de Assis foi o elemento decisivo. Representava, mais, um sinal evidente, e à vista de todos, da gravidade da crise. Indicava, de fato, com clareza, onde podiam levar as novidades do Concílio Vaticano II.L'Osservatore Romano[9], na época, havia justificado Assis com o Concílio. Eis onde levavam a famosa liberdade religiosa e o ecumenismo do Concílio, para além de todas as interpretações artificiosas que quiseram dar a tal evento.
No final das contas, a crise atual leva à apostasia, e o que vivemos hoje a torna ainda mais evidente do que em 1988.

Mons. Lefebvre nunca lhe falou de seu encontro com Padre Pio? Alguns autores dizem sobre isso que, naquela ocasião, o santo de Pietrelcina repreendeu Mons. Lefebvre; outros negam. O senhor sabe algo mais?

Monsenhor era muito discreto sobre tudo o que tinha feito e silenciava. Mas sobre este ponto, nos precisou que o encontro foi muito breve. Pediu a Padre Pio[10] para rezar pelo capítulo geral da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, da qual ele era, à época, o Superior Geral. Estava, de fato, muito preocupado e pediu uma bênção. A resposta de Padre Pio foi: "é o senhor que deve me abençoar". Não houve outras palavras. Contra os boatos de que Padre Pio teria dito que Monsenhor estaria à origem de um cisma, pudemos ter o testemunho dos dois sacerdotes que o haviam acompanhado a San Giovanni Rotondo[11]. Tais testemunhos confirmam aquilo que Monsenhor sempre disse sobre este encontro.

Em visita à casa natal de São Pio X, em Riese
Mesmo nos momentos mais difíceis, Mons. Lefebvre manteve relações de amizade com alguns altos prelados. Pode nos dizer algo sobre isso, especialmente em relação a seu sucessor em Dakar, o Card. Thiandum, e ao Card. Siri?

Monsenhor sempre foi respeitado por muitos prelados de Roma. Por um lado, por causa dos cargos que havia ocupado: Arcebispo de Dakar[12], Delegado Apostólico para toda a África francesa, depois Superior Geral dos Padres do Espírito Santo, uma congregação que contava, então, com cinco mil membros. Ele cumpriu um trabalho enorme, é um fato que ninguém pode negar. Ele foi respeitado até porque era um homem íntegro, não chantageável[13], coerente e, além disso, muitos sabiam que, no fundo, ele tinha razão, enquanto eles não haviam tido a sua coragem, por questões de oportunidade. Ser criticado, injuriado, desprezado, humilhado, condenado, considerado fora da Igreja, excomungado e aceitar isso tudo por amor a Jesus Cristo e à sua Igreja não é dado a todos.
O Cardeal de Dakar, Mons. Thiandium[14] foi certamente um dos mais corajosos. Tinha uma grande admiração por Monsenhor, lhe devia tudo: sacerdócio, episcopado e também, podemos dizer, o cardinalato, a partir do momento em que, de certa forma, lhe tinha preparado o caminho. Não foi somente por isto que o Cardeal estimava Mons. Lefebvre; conhecia as suas qualidades e que o tinha visto à obra, em Dakar. Sei que o Cardeal interveio junto a Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II em favor de Mons. Lefebvre. Por ocasião do Sínodo sobre a família, havia arranjado um encontro entre o Card. Ratzinger, Mons. Lefebvre e ele mesmo. Houve também alguns encontros com o Card. Siri[15], mas eu não saberia dizer em que clima ocorreram.
Além disso, foi sempre recebido pelos Cardeais Oddi[16] e Palazzini[17].

Pelo que o senhor sabe, Mons. Lefebvre teve experiências místicas?

1980: Missa Pontifical em Veneza
Dom Emmanuel e Mons. Lefebvre
Se, por um lado, Monsenhor era certamente um homem muito aberto, amável e de fácil acesso, era, no entanto, muito discreto sobre o que havia feito, por exemplo, na África. Ele tinha prazer em contar histórias de aventuras na savana, mas não sobre o seu trabalho. Um dia perguntei à sua irmã carmelita, Madre Marie-Christiane[18], se ela sabia alguma coisa sobre o apostolado na África, ela me respondeu: toda vez que eu perguntei a meu irmão notícias sobre o que ele fazia como missionário ou Bispo, ele mudava de assunto.
Tendo sempre sido muito reservado sobre a sua pessoa, eu seria incapaz de dizer se ele teve experiências místicas. Sei com certeza que rezava muito, sobretudo quando tinha dificuldades para resolver, e sei, também, acerca daquele sonho na catedral de Dakar, sobre a restauração do sacerdócio a que alude no início do Itinerário Espiritual[19], livro que consideramos quase que seu testamento. Que tipo de sonho era, no entanto, não o sabemos.

Alguns jornalistas têm argumentado que Mons. Lefebvre, nos últimos dias de vida, estivesse angustiado e, em certo sentido, 'arrependido' de alguns de seus gestos. O senhor sabe disso? Quando foi a última vez que o senhor o viu?

Pelo que eu possa saber, Monsenhor nunca se arrependeu do que fez. Pessoalmente, eu tive a graça de passar uma semana com ele um mês antes de sua morte: três dias na Sardenha e mais três dias na Toscana. Eu o vi, ainda, no hospital em Martigny[20], por uma hora, uma semana antes de seu falecimento e antes da intervenção cirúrgica a que foi submetido. Posso testemunhar que era muito sereno, me falou sobre a Fraternidade, os fiéis, e, por várias vezes, ele até brincou.

Fonte: FSSPX/Itália
Tradução: Giulia d'Amore di Ugento.





[1] NdTª.: Emmanuel du Chalard de Taveau (1950) é sacerdote da FSSPX, diretor do Courrier de Rome (versão francesa da revista Sì sì, no no), e foi um dos primeiros colaboradores de Mons. Marcel Lefebvre. Desde os primeiros anos na Itália, foi um dos mais importantes artífices da difusão da FSSPX em solo italiano. Desde então, sempre manteve relações informais com a Santa Sé em nome da Fraternidade, adquirindo um particular conhecimento dos diferentes eventos que caracterizaram a relação entre Roma e Ecône.
[2] NdTª.: Dicastério (do grego: δικαστης, juiz) é o nome dado aos departamentos de governo da Igreja Católica que compõem a Cúria Romana. Entre os dicastérios estão: a Secretaria de Estado, as Congregações, os Tribunais, os Conselhos, os Ofícios, isto é a Câmara Apostólica, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, a Prefeitura dos assuntos econômicos da Santa Sé (Constituição Apostólica Pastor Bonus, art. 2, §1). Corresponde a Ministério na maioria dos Estados modernos.
[3] NdTª.: Encontro Inter-religioso de Assis. Em Outubro de 1986 e Janeiro de 2002, o Papa João Paulo II se reuniu em Assis (Úmbria - Itália) com líderes das grandes religiões do mundo para uma 'jornada ecuménica de reflexão pela paz'. Em Outubro de 2011, o Papa Bento XVI comemorou o 25º aniversário da 1ª Jornada de Assis, com mais um 'encontro', convidando, desta vez, além dos líderes das grandes religiões mundiais, também um grupo de ateus.
[4] NdTª.: Franz Schmidberger (1946 – Riedlingen, Alemanha) é um sacerdote alemão, da FSSPX. Formado em 1972 na Universidade de Munique, no mesmo ano entrou no Seminário de Ecône, onde foi ordenado sacerdote em 08 de dezembro de 1975. Posteriormente, ele ensinou no Seminário de Weissbad. Em 1978, fundou o Seminário de Zaitzkofen, na Alemanha, e foi nomeado Superior do Distrito de 1979. Em 1982, foi nomeado Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Em 1994, ele foi sucedido por Mons. Bernard Fellay, o atual superior. Atualmente, ele é o Superior do Distrito da Alemanha.
[5] NdTª.: Joseph Alois Ratzinger (Marktl am Inn, Alemanha, 1927), desde o dia 19 de abril de 2005 é o 266º Papa da Igreja Católica, como o nome de Bento XVI. Era, à época, Prefeito (1981-2005) da Congregação para a Doutrina da Fé.
[6] NdTª.: Édouard Gagnon (1918-2007) foi um cardeal canadense, presidente do Pontifício Conselho para a Família (1983-1990). Tornou-se cardeal em 1985, por João Paulo II.
[7] NdTª.: Este acordo, assinado pelo Card. Ratzinger e Mons. Lefebvre no dia 5 de maio de 1988, previa a regularização canónica da FSSPX, com sua transformação em Sociedade de Vida Apostólica e, ainda, a possibilidade de ordenação dum bispo entre os padres da Fraternidade. Contudo, no dia seguinte o acordo foi denunciado por Mons. Lefebvre, que percebeu que Roma não estava minimamente disposta a permitir que ele procedesse às ordenações episcopais na data que pretendia (o próximo dia 30 de Junho), nem, provavelmente, em nenhuma outra data, por causa das artimanhas com que o Vaticano tratava as negociações, pressionado especialmente pelos bispos franceses. Protocolo do acordo.
[8] NdTª.: Elvina Pallavicini (1914-2004), chamada a 'Rainha Negra', foi uma nobre italiana da grande e antiga família Pallavicini. Era considerada a líder da chamada 'Nobreza Negra' (grupo de nobres famílias italianas que continuaram fieis ao Papa quando o novo Reino da Itália tomou Roma e forçou o Papa a se confinar no Estado do Vaticano) de Roma, durante a segunda metade do século 20. A partir de 1977, a princesa liderará um grupo de nobres que dará suporte a Mons. Lefebvre. Manteve sua influência política até a sua morte.
[9] NdTª.: L'Osservatore Romano (O Observador Romano) é o periódico semioficial da Santa Sé. Faz a cobertura de todas as atividades públicas do Papa, publica editoriais escritos por membros importantes do clero da Igreja Católica e imprime documentos oficiais depois de autorizados. Seus lemas são: unicuique suum (a cada um o seu) e no praevalebunt ('os portões do Inferno' não prevalecerão) os quais estão impressos sob o título na primeira página.
[10] NdTª.: Francesco ForgionePadre Pio de Pietrelcina (1887-1968), foi um sacerdote católico italiano, da ordem dos capuchinhos, elevado a Santopela Igreja Católica como São Pio de Pietrelcina. A sua festa litúrgica é celebrada dia 23 de setembro. Entre os sinais milagrosos que lhe são atribuídos encontram-se as estigmas, que duraram cinquenta anos (1918-1968) e o dom da bi-locação. Entre os muitos milagres, está a cura do pequeno Matteo Pio Colella de San Giovanni Rotondo, sobre o qual se assentou todo processo canônico que fizeram do frade São Pio.
[11] NdTª.: San Giovanni Rotondo, cidade da Província de Foggia, na Puglia (Itália). São Pio de Pietrelcina lá exerceu seu apostolado e está sepultado.
[12] NdTª.: Dakar (ou Dacar) é a capital e a maior cidade do Senegal, na península do Cabo Verde. Foi fundada pelos franceses em 1857. Senegal, na latitude do deserto do Saara, um país quase totalmente islâmico, muito difícil de se converter, onde Mons. Lefebvre não conhecia ninguém. De 1947 a 1962, Mons. Lefebvre foi Arcebispo de Dakar. Foi sagrado Bispo pelo cardeal Liénart, foi a Roma visitar o Papa Pio XII e receber suas ordens, e assim se foi a Dakar, na sua nova função. Durante dois meses, visitou todas as dioceses, todas as missões, sacerdotes, religiosas, congregações missionárias, e por fim, resolveu voltar à França para conseguir dinheiro e novos missionários. Voltou à África e construiu seu colégio secundário para homens, pois faltavam colégios para homens. Neste colégio formou novas vocações e novos pais de famílias. As instituições católicas, não apenas a Santa Missa, são necessárias. Era o método de Mons. Lefebvre. Sempre construía escolas, universidades, para estabelecer o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. No ano seguinte, em outubro de 1948, Mons. Lefebvre foi nomeado pelo Papa delegado Apostólico para toda a África Francesa. Teve de nomear quase 40 Bispos. Recolhia dinheiro e o distribuía com muito cuidado, evitando distribuí-lo para os periódicos modernistas. Assim, já na África tinha de combater contra os modernistas, que faziam revoluções em algumas dioceses. (fonte: Arcebispo de Ferro, Arcebispo de Lã).
[13] NdTª.: Neologismo, ainda não acatado pelos dicionários oficiais. 'Chantageável', que pode ser chantageado.
[14] NdTª.: Hyacinthe Thiandoum (1921-2004) foi um cardeal e arcebispo senegalês. Ordenado sacerdote (18/04/49) por Mons. Lefebvre, tornou-se seu sucessor na Diocese de Dakar de 1962 até 2000, quando se aposentou. Paulo VI o elevou ao cardinalato em 1976. Foi presidente da Conferência Episcopal Senegal-Mauritânia, membro-eleito do Conselho do Sínodo Mundial dos Bispos, presidente da Comissão Episcopal Pan-africana para a Comunicação Social. Participou do Concílio Vaticano II. Não podendo ir pessoalmente, por causa da idade e da saúde, enviou seu secretário, o Pe. Hyacinthe Dione, às exéquias de Mons. Lefebvre.
[15] NdTª.: Giuseppe Siri (1906-1898) foi um dos cardeais mais importantes da história da Igreja Católica do XX século. Arcebispo de Gênova por mais de quarenta anos, era considerado um dos prelados mais conservadores. No Concílio Vaticano II, foi membro da Comissão Preparatória Central e da Subcomissão das Emendas. Foi membro do Coetus Internationalis Patrum. (Grupo Internacional dos Padres [Conciliares]). Em 1962, tornou-se presidente da Conferência Episcopal Italiana. Em 1968, fez parte da comissão que revisou o Código de Direito Canônico. Os sedevacantistas lhe ofereceram apoio muitas vezes, mas ele sempre rejeitou, preferindo morrer em um estado de comunhão com o Catolicismo, como ele mesmo afirmou. Apoiou com todas as forças a permanência, na Igreja, dos sacerdotes de Lefebvre, que viam nele um ponto de referência seguro. Exigia o uso da batina e considerava seu abandono um sinal de infidelidade para com o ministério sacerdotal. Por quatro vezes foi tido como 'papável': 1958, 1963 e nos dois conclaves de 1978.Nos ambientes tradicionalistas, frequentemente é retomada a tese pela qual, no conclave de 1958, ele teria sido eleito Papa. Os numerosos fieis presentes em Praça São Pedro afirmavam que a tradicional fumaça da Capela Sistina fosse branca, o que sinalizava a escolha definitiva do novo Papa. Esta tese foi defendida, entre tantos, pelo jornalista norte-americano Paul L. Williams, que declarou ter examinado um dossiê do FBI, de 10/04/61, no qual os serviços secretos norte-americanos haviam sido informados de que o Card. Siri fora eleito Papa no dia 26 de Outubro de 1958. Em uma entrevista em 1988, Siri teria dito que estava arrependido de não ter aceitado a candidatura nos conclaves de que participou, por causa das consequências que advieram, e que pedia perdão a Deus por seu erro. Passou seus últimos dias em uma casa que lhe fora deixada de herança pela Condessa Carmela Campostano. Dizia-se que ele era 'prisioneiro' do Vaticano, não podendo deixar a mansão de Albaro (Gênova).
[16] NdTª.: Silvio Angelo Pio Oddi (1910-2001) foi um cardeal e arcebispo italiano. Arcebispo de Mesembria (Grécia) em 1953. Internúncio Apostólico em Egito em 1957. Núncio Apostólico na Béliga e Luxemburgo em 1962. Cardeal por Papa Paulo VI em 1969. Visitou o tumulo de Mons. Lefebvre, após sua morte, onde, segundo dizem, o teria agradecido.
[17] NdTª.: Pietro Palazzini (1912-2000) foi um cardeal italiano. Em 1985, foi-lhe atribuído o prémio Justos entre as Nações pelo Yad Vashem (Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto) pelo seu trabalho de salvação de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Palazzini sempre defendeu que as suas ações decorreram de obras do Papa Pio XIIEntre 1980 e 1988, foi Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. Autenticamente humilde, sempre avesso às frivolidades mundanas, rápido nos colóquios para chegar logo ao cerne da questão, Palazzini deve ser lembrado sobretudo pelo seu empenho com a tutela dos bens culturais da Igreja.
[18] NdTª.: Marie-Christiane du Saint-Esprit (1907-1997), irmã de Mons.Marcel Lefebvre. Foi a presença dela que tornou concreta a presença do Carmelo no movimento de Mons. Lefebvre. Em 1977, ela funda na Bélgica, emQuiévrain, o primeiro dos Carmelos que se sucederão na Fraternidade. A ideia dela era a de ter um carmelo ao lado de cada seminário que nascesse na FSSPX. Madre-Christiane morreu em 1997 no Carmelo tradicionalista belga doSacré Coeur. Atualmente os Carmelos da Sociedade assistidos por padres da Fraternidade S. Pio X são os seguintes: Carmelo São José, em Brillon Wald (Alemanha); Carmelo do Sagrado Coração, em Quiévrain (Bélgica); Carmelo do Imaculado Coração de Maria, em Eynesse (França); Carmelo Maria Rainha dos Anjos, em Chexbres (Suíça); e Carmelo Santíssima Trindade, em Spokane (EUA).
[19] NdTª.: Itinerário espiritual segundo São Tomás de Aquino em sua Suma Teológica, 1989. Livro escrito por Mons. Lefebvre para uso dos sacerdotes e seminaristas da FSSPX. Em espanhol (Volta para Casa).
[20] NdTª.: Martigny (Valais) cidade Suíça, onde Mons. Marcel Lefebvre faleceu, em 1991. Visitaram o féretro, Dom Henri Schwery (Bispo local - Diocese de Sion), o Pe. Hyacinthe Dione (secretário do Card. Thiandoum) e o Arcebispo Edoardo Rovida (Núncio Apostólico suíço). Acredita-se que, por causa disto, a excomunhão tenha sido revogada pelo Núncio. Este fato foi esclarecido por Pe. Simoulin e por Mons. Williamson, que afirmam que não houve, na ocasião, a revoca da excomunhão.