sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eis o que precisamos: um novo Garcia Moreno!

Eis um perfeito exemplo de governante que precisamos no Brasil. Um governante verdadeiramente católico, que não nega a história de seu país e que ama verdadeiramente seu povo. Garcia Moreno, como toda a América do sul deve a ele sua devoção e admiração. Que ele interceda pelo nosso Brasil neste tempo turbulento de eleições.





Gabriel Garcia Moreno nasceu em Guayaquil, sul do Equador, em 24 de dezembro de 1821. Seu pai, Gabriel Garcia Gómez, espanhol, faleceu repentinamente quando ele era pequeno, pouco depois de perder a fortuna. Sua mãe, D. Mercedes Moreno, da aristocracia local, procurou um sacerdote para ensinar-lhe as primeiras letras. Estudou depois no Colégio San Fernando, de Quito.
Movido pelo fervor religioso, recebeu as ordens menores em 1838. Entretanto, convencido da falta de vocação, ingressou na faculdade de Direito. Ao formar-se, dedicou-se à política
Durante curto período foi comissário de guerra na jurisdição norte, e em 1846 dirigiu alguns periódicos oposicionistas, mas colaborou com o governo na ameaça de invasão do país pelo general Flores em 1847. Foi ativo membro do conselho municipal de Quito, e depois governador de Guayas. Em 1849 foi exilado pela primeira vez, fazendo no ano seguinte sua primeira viagem à Europa.
De volta ao seu país, dedicou-se novamente à política. Em 1853, trabalhou com êxito para que o Equador aceitasse os jesuítas, expulsos da Colômbia. Foi eleito senador, mas não pôde tomar posse. Mais uma vez foi desterrado por três anos, aproveitando esse período para aprofundar seus estudos na França, e o fez com tal afinco, que adoeceu. Numa carta, afirma: “Reconheço que tenho abusado de minhas forças, e pouco faltou para que me prejudicasse. Nem minha cabeça nem minhas forças estão em proporção com a energia da minha vontade”.
Voltando ao Equador, desempenhou vários cargos elevados na vida cultural do país. Em 1857 foi eleito prefeito de Quito e reitor da universidade local. Iniciou sua carreira de senador, na qual se destacou por flamejantes intervenções. A 2 de abril de 1861 foi designado presidente da nação.

Missão providencial: livrar o país do caos

Fazendo juntamente com a Venezuela parte da Grã-Colômbia, criada por Bolívar logo depois da guerra de independência no início do século XIX, o Equador surgiu como nação autônoma em 1830, com o desmoronamento daquela união. As revoluções que se seguiram lançaram o país no caos. Maus governos, além de ressentimentos nacionais (litoral contra a serra, burgueses de Guayaquil contra proprietários rurais da região alta, brancos contra índios e negros), faziam com que o único traço — e este, sublime — que unia todos os equatorianos fosse a Religião Católica, Apostólica, Romana. Sobre essa força viva, a mais arraigada e generalizada no Equador, Garcia Moreno procurou moldar seu governo.
Não era fácil, pois os católicos estavam praticamente órfãos. O clero, reduzido e relaxado, não cumpria devidamente suas funções. Os seminários em decadência, a instrução religiosa carente e parcelas da população inteiramente sem guia.
O Equador precisava nesse momento de mão forte. E os próprios adversários de Garcia Moreno são os primeiros a reconhecer que ele foi o homem providencial para aquele momento crítico.
Um historiador sintetizou com precisão seu caráter e sua obra: “Infatigável, estóico, justo, enérgico em suas decisões, admiravelmente lógico em sua vida, Garcia Moreno é uma das maiores personalidades da história americana [...]. Em quinze anos transformou completamente seu pequeno país segundo um vasto sistema político, que somente a morte o impediu de consumar. Místico do tipo espanhol, não se conformou com a contemplação estéril; necessitava de ação: foi organizador e criador”.

Resolução do presidente: Concordata com a Santa Sé

Quando Garcia Moreno assumiu a presidência, a situação da Igreja no Equador era de insubordinação, imoralidade, relaxamento geral. Isso devido em grande parte ao sistema do padroado, que limitava o poder da Santa Sé, deixando ao governo civil a prerrogativa de zelar pela Religião. Para sanar essa situação, o presidente procurou logo fazer uma concordata com Roma. Já seu primeiro artigo dá a tônica de toda ela: estipula que a Religião Católica, Apostólica, Romana continuaria sendo a única do Estado e conservaria os direitos e prerrogativas que Ela deve gozar segundo a Lei de Deus e as disposições canônicas. Todo culto dissidente ficava proibido. Como conseqüência lógica, “a instrução da juventude nas universidades, colégios, faculdades, escolas públicas e particulares será, em tudo, conforme à doutrina da Religião católica”. Isso porque “a Religião católica era um dos poucos vínculos da nacionalidade equatoriana [...]. O catolicismo é uma força de coesão política”. Por isso, “os artigos fundamentais [da concordata] não foram atacados, nem sobre eles se propuseram emendas”.

Consagração do Equador ao Sagrado Coração de Jesus

Quando da invasão dos Estados Pontifícios em 1870, Garcia Moreno foi o único governante no mundo a elevar sua voz, enviando ao ministro das Relações Exteriores da Itália uma nota de protesto contra o esbulho sofrido pelo Soberano Pontífice, e denunciando a usurpação que realizava o governo italiano. O Papa, agradecido, concedeu-lhe a condecoração de primeira classe da Ordem de Pio IX, com um Breve de recomendação datado de 27 de março de 1871.
“Como manifestação de solidariedade à Santa Sé, [Garcia Moreno] decretou, em 1873, que se enviasse ao Sumo Pontífice dez por cento dos dízimos que correspondiam ao Estado”.
Entretanto, o ato mais simbólico do governo de Garcia Moreno foi a consagração eclesiástica e civil da República ao Sagrado Coração de Jesus nesse mesmo ano. “Reconheço a fé do povo equatoriano, e essa fé me impõe o sagrado dever de conservar intacto o seu depósito”, afirmou o presidente nessa ocasião.
Já em 1861 um decreto da Convenção havia declarado a Virgem das Mercês Padroeira da nação equatoriana.

Morte heróica, devido ao ódio à fé católica

Até onde iria chegar esse governo em seu fervor religioso? Isso preocupava as lojas maçônicas, que começaram a planejar seu extermínio.
Numa carta a Pio IX, como que antevendo seu fim, Garcia Moreno escreveu: “Que riqueza para mim, Santíssimo Padre, ser odiado e caluniado por meu amor ao nosso Divino Redentor! Que felicidade, se vossa bênção obtiver para mim do Céu a graça de derramar meu sangue por Ele, que, sendo Deus, quis derramar Seu sangue por nós na cruz!”.
No dia 6 de agosto de 1875 Garcia Moreno entrou na catedral para fazer uma visita ao Santíssimo Sacramento antes de ir para o palácio presidencial. Vieram avisar-lhe que alguém precisava falar com ele com toda urgência. Quando subia as escadarias do palácio, um celerado chamado Rayo, aos gritos de “morte ao tirano”, atingiu-o na nuca com um facão, e quase decepou-lhe os braços com os quais procurava proteger-se, enquanto três cúmplices disparavam-lhe tiros no peito. Garcia Moreno, moribundo, foi jogado na praça, onde Rayo deu-lhe várias facadas na cabeça. Enquanto agonizava, conseguiu molhar o dedo no próprio sangue e escrever no chão: “Dios no muere”.
Levado às pressas para a catedral ainda com vida, recebeu a extrema-unção antes de expirar.
Ao saber da dolorosa notícia, o Papa Pio IX declarou que o Equador “distinguiu-se milagrosamente pelo espírito de justiça e pela fé inabalável de seu Presidente, que mostrou-se sempre o filho submisso da Igreja, cheio de devoção para com a Santa Sé, e de zelo para manter a Religião e a piedade em toda a sua nação [...]. Então, nos conselhos das trevas organizados pelas seitas, esses vilões decretaram o assassinato do ilustre Presidente. Ele caiu sob o aço de um assassino como uma vítima de sua fé e de sua caridade cristã”.

Fonte: catolicismo.com

Um comentário:

  1. O Equador e toda a América deve muito a esse grande Homem. Certamente a consagração que ele fez ao Sagrado Coração de Jesus foi um ato de extremo heroísmo que livrou o Equador de grandes desgraças.

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