domingo, 14 de agosto de 2011

Relato de um seminarista

Recentemente conheci um seminarista que logo me impressionou pela piedade e vida de oração. Ele é diferente dos demais por vários motivos: reza o teço, reza o breviário, visita o santíssimo com muita frequência, é breve no falar, humilde, caridoso para com os doentes e muito zeloso.
Ao vê-lo tão diferente dos demais seminarista que conheço, logo pensei o quanto ele não deveria sofrer por viver num seminário tão vazio de doutrina e piedade.
Ontem a noite o encontrei na Igreja e começei a trocar algumas palavras com ele. O que era para ser uma simples conversa se tornou um verdadeiro desabafo de um jovem sufocado por tanta heresia que é imposta nos seminários modernos.
Logicamente por uma questão de prudência não informarei o nome deste seminarista e muito menos a diocese a que ele pertence. Como já disse tivemos uma conversa, porém para facilitar a compreensão de nossos leitores relatarei nossa conversa como se fosse uma entrevista.

Como é a vida no seu seminário?

Infelizmente no seminário levamos uma vida secularizada. Os momentos de oração comunitária são poucos e a disciplina muito branda. Estudamos fora e na nossa classe tem de tudo. Poucos de nossos professores são padres. Nos fim de semana o seminário fica vazio, pois saímos para ajudar nas paróquias.

Como você consegue levar vida de oração no seminário?

Com já disse os momentos de oração poucos (laudes, missa e completas e só). Para os formadores muita oração é coisa do passado ou então para monges. No inicio aproveitava os momentos livres para rezar na capela, porém me disseram para não fazê-lo mais, pois eu estaria agindo diferente dos demais. Com sei que não devo parar de rezar, acordo de madrugada e vou para a capela escondido onde rezo o terço e as demais orações.

Algum seminarista lhe acompanha nas suas orações noturnas?

Eu tinha um colega que era muito piedoso e passava a madrugada em oração também. Esse meu colega me ajudava muito. Era quase um confessor para mim. Porém certo dia fomos informados pelo reitor que esse colega havia sido desligado do seminário. Logicamente não foi nos dito o motivo, porém desconfio seriamente que ele tenha sido expulso por não aceitar muitos abusos de que somos expostos.

Que tipo de abusos?

Diversos. Principalmente o fato de não termos acesso a doutrina verdadeiramente católica. Nunca estudamos  Santo Tomás de Aquino, Santo Agostinho ou qualquer outro doutor da Igreja. Apenas nos ensinam heresias em cima de heresias. Sofro muito com isso. Para tentar suprir a carência de doutrina estudos esses doutores sozinho, buscando apoio na internet. O site do Padre Paulo Ricardo me ajuda muito. Outro problema sério são abusos na liturgia. No seminário somos orientados a não nos ajoelhamos na consagração por exemplo. Eles afirmam que a missa é sinal de ressurreição e que ficar em pé na consagração significa estar na caminhada. Esse é apenas um exemplo terrível de como a liturgia é tratada em nosso seminário.

Pelo menos os seminaristas vivem uma vida moralmente correta?

Muitos sim, porém outros não. Sei de muitas coisas terríveis porém não posso dizer. O grande problema é que o reitor também sabe e não faz nada. É muito mais fácil ele expulsar um seminarista que deseja fazer a escravidão à Virgem Maria segundo o método de São Luis de Montfort, acusando-o de "fanatismo" do que expulsar um seminarista que "pulou cerca" por exemplo. Outro grande problema é o fato de não ser apoiada a prática da confissão frequente em nosso seminário. Isso é um situação muito triste e muito comum no clero. Conheço padres que falam abertamente que não se confessam a anos e nem se envergonham por isso. Fico pensando como esses padres ousam celebrar a missa??? O mais triste é saber que isso é comum.

Como você consegue viver nesse ambiente?

Antes de entrar no seminário eu já sabia que ia ser barra. Porém confio na Virgem Maria. Fiz escondido minha escravidão a Ela segundo o método de São Luis de Montfort. Ela me ajuda. O importante é eu chegar ao sacerdócio. Depois disso tudo será diferente. Poderei usar minha batina, celebrar a missa de São Pio V e pregar contra a teologia da Libertação. Já serei padre e ninguém me impedirá. Por enquanto tenho que viver como um surdo, mudo e cego. Surdo para que as heresias entrem de um lado e saiam por outro. Mudo para não falar o que devo e cego para fingir que não vejo o que vejo e assim não me contaminar.

Mas você não teme viver assim, se enganando?

É muito ruim, mas a Igreja está em crise. Se eu não agir assim não me ordenarão. Preciso ser padre e até lá terei que viver assim. Mas ofereço tudo pela conversão do clero.

Você não pensou em procurar outro seminário?

Sim. Procurei várias congregações religiosas, mas a situação é ruim por todos os lados. Há bons seminários porém eles ficam muito longe. Com isso comecei a ver o povo de minha diocese e pensar que ele também precisa de bons padres. Isso é um problema sério. Quando um jovem bem intencionado deseja ser padre ele logo descarta o seminário diocesano devido os problemas que lá existem e procura um seminário longe.  O saldo disso é que o clero da diocese nunca melhorará, pois os bons não ficam lá. Com isso quem paga as contas é o povo que fica nas mãos de padres hereges, pois é o padre diocesano quem esta com o povo e o guia. Quero ser padre diocesano para mudar isso.


Peço encarecidamente a nossos leitores que rezem pela perseverança deste seminarista, pois ele ainda tem um bom tempo no seminário.

3 comentários:

  1. A imundisse da Igreja pós conciliar personalificada pelas dioceses do mundo...

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  2. estou confuso ,recebi recentemente alguns sinais para entrar para o seminario,mais eh tudo muito loco muito rapido que tem acontecido,queria conhecer algum seminarista,para poder conversa com ele,no proximo sabado vou entrar para o grupo de acolitos da minha paroquia,mais sinto como se meu chamado fosse mais alem...!! william s.assunçao

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  3. Deus proteja esses jovens que com sinceridade, dedicação querem viver a vida religiosa, querem se consagrar. Os eeminários devem ser o lugar para isso, essa situação deve sre corrigida. O que muitos jovens precisam fazer se isso não acontece é perseverar até concluir sua formação e alcançar o sacerdócio, diblando as dificuldades. Isso é lastimável.

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