sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O grade papa São Silvestre I


São Silvestre encerra  o ano civil (o ano da Igreja se inicia no I domingo do Advento e não em 1° de Janeiro. Nesta data a Igreja celebra a Maternidade divina de Nossa Senhora). Ele encerra também , na história da  Igreja uma época importante e  inicia uma nova era. Durante três séculos a  Igreja de Deus esteve exposta  às mais cruéis  perseguições. 
O império romano empregava  todo o seu poder para aniquilar o reino de Deus; o sangue  corria em torrentes. Esforçavam-se em regra para inventar  novos tormentos.  Além disso, astúcia, lisonja, seduções,  tudo quanto pode cegar os sentidos, tudo o que  a  arte e a ciência terrenas podem proporcionar, estava a serviço  desta luta - e tudo debalde.  A Igreja permaneceu ilesa, a despeito de todos  os planos, afrontando tudo. Os seus membros morriam aqui e ali, mas a Igreja  continuava a viver, e sempre novos elementos entravam, para preencher as lacunas. Por fim o império  romano se  curvou diante  de Cristo e colocou  a Cruz  sobre o  seu diadema  e o sinal de  Cristo sobre a água de suas legiões. Cristo tinha vencido na possante  peleja, e o Papa Silvestre I  viu como  tudo mudava. Viu o suplício da cruz ser abolido. Viu  cristãos confessarem livre e  francamente a  sua fé e  erigirem casas de Deus.  Viu o próprio  imperador Constantino edificar o palácio (Lateranense), que  durante muitos  séculos  foi a residência do  Vigário de Cristo. 
Sobre a vida  interior    exterior do Papa S. Silvestre a  história  muito  pouco de positivo revela, se bem que  como certo afirme, que tenha  ele  sido  a  alma dos grandes acontecimentos  verificados  no seu longo Pontificado. 
Segundo  o testemunho de  historiadores fidedignos Silvestre  nasceu em Roma, filho de pais  ótimos  cristãos, que bem cedo o confiaram   aos cuidados  do sacerdote Cirino, cujo preparo intelectual e exemplo de  vida santa  fizeram  com que  o discípulo adquirisse uma formação extraordinariamente sólida cristã.  Estava  ainda  em  preparação última, isto é,  a  décima  e de todas as  mais  bárbaras das perseguições dioclesianas, quando Silvestre, das mãos do Papa Marcelino, recebeu  as  ordens  sacerdotais.   Teve, pois,  ocasião de presenciar os horrores  desta investida do inferno contra o Reino de Cristo. Pode  ele  ser e foi testemunha ocular do heroísmo das pobres vítimas do furor  desmedido do  tirano coroado. Em 314,   por  voto unânime do povo e  do clero foi proposto  para ocupar a  cadeira de São Pedro, como sucessor do papa Melquíades.  
Com a vitória  do cristianismo e a conversão do  imperador  Constantino viu-se o Papa diante da  grande tarefa de, por meio das sábias leis, introduzir  a religião cristã na vida dos povos, dando-lhe formação concreta e definitiva. A paz,  infelizmente não foi de longa duração.  Duas terríveis  heresias se levantaram contra a Igreja, arrastando-a  para uma  luta gigantesca  de  quase um século de  duração. Foi a dos  Donatistas, que tomou grande incremento na África.  A Igreja, ensinavam eles,  deve compor-se  só de justos; no momento em que  seu grêmio tolera pecadores, deixa de ser a Igreja de  Cristo.   O batismo administrado por um sacerdote que em estado de pecado se acha, é inválido. Um bispo, se estiver com um pecado na alma, não pode crismar nem ordenar sacerdotes.  Caso que administrar estes sacramentos, são eles  inválidos.  
Pior e mais  perigosa foi a outra heresia, propalada pelo sacerdote  Ario, da Igreja  de Antioquia.  Doutrinava  este  heresiarca que a Jesus  Cristo, Filho de Deus  feito homem, faltavam as  atribuições  divinas; isto é,  não era  consubstancial  ao Pai, portanto não era Deus, mas mera criatura, de essência diversa  da  do Pai e de  natureza mutável. 
Tanto contra a primeira como contra a segunda o Papa Silvestre tomou enérgica atitude. A dos  Donatistas foi condenada  no Concílio de Arles. O arianismo teve  sua condenação no célebre Concílio de  Nicéia (325), ao qual compareceram  317 bispos. O Papa Silvestre, já muito idoso pessoalmente não podendo comparecer à grande Assembléia, fez-se  nela representar por dois sacerdotes de  sua inteira confiança, que em seu lugar presidiram  as sessões. Estas  terminaram  com a soleníssima proclamação dogmática  da fórmula: " O Filho  é consubstancial ao Pai; é Deus de Deus; Deus verdadeiro de  Deus Verdadeiro;  gerado, não feito, da mesma  substância  com o Pai". 
  As resoluções do Concílio o Papa Silvestre as  assinou. Na presença de 272 bispos foram as mesmas  em  Roma solenemente  confirmadas. Esta cerimônia teve lugar diante da imagem de  Nossa Senhora  Alegria dos Cristãos, cujo altar, em sinal de gratidão à Maria Santíssima o Papa mandara erigir logo que as perseguições tinham chegado ao seu termo.    
Sobre o túmulo de São Pedro, o Papa, auxiliado  pelo imperador, construiu  a  magnífica basílica vaticana,  com suas  oitentas  colunas de mármore,  templo que durante 1100 anos  via chegar  milhares e  milhares de  peregrinos  provenientes de  todas as  partes do mundo, ansiosos  de  prestar  homenagens ao "Rochedo", sobre o qual  Cristo tinha  edificado a sua Igreja - até que deu lugar à atual grandiosa Basílica de  São Pedro. 
Durante seu Pontificado, o Papa Silvestre governou a Igreja de Deus dando sobejas provas de prudência e  sabedoria, glorificando-a com as virtudes  de  uma vida  santa e apostólica. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.