sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011!

Caríssimos Leitores

É com grande alegria que vos escrevemos essa postagem. Encerramos hoje o ano, segundo o calendário civil, de 2010;mais um ano glorioso do Nosso Senhor e ano em que esse blog nasceu.

Quando esse blog surgiu, o Pedro tinha a "esperança" de 3000 vizualizações até o fim do ano. Tivemos 5000! Que Deus abençoe a todos que apoiaram e divulgaram esse blog! Não foi com pouca surpresa que vimos nosso humilde blog sendo indicado por gigantes da blogosfera!

Foi um ano difícil para a Igreja de Nosso Senhor, cuja humilhação partiu muitas vezes daqueles que mais deviam o amar: os sacerdotes! Mas creio que toda essa humilhação seja necessária para purificação todo o "espírito" de destruição que penetrou nelas nesses últimos anos e que o Santo Padre Bento XVI luta diariamente para expurgar. Lembremos dele e direcionemos nossas orações pela sua pessoa, para que ele também possa passar incólume por esse espírito.

E como não somos "ecumaníacos" (rs) não desejamos nada do politicamente correto "paz, saúde, prosperidade... blá, blá, blá" ; mas suplicamos a Santíssima Virgem e a todos os Santos Padroeiros desse blog que os abençoem e deem forças para serem firmes na fé até o martírio, se necessário e que nunca tenham medo de professar a verdadeira fé milenar, tão solidamente professada pela Igreja durante tanto tempo, mesmo que isso, aparentemente, pareça um "ato de rebeldia".

Concluímos suplicando a cada um dos nossos leitores que lembrem-se de nós em vossas orações.

Cordialmente, em Cristo.

Pedro Henrique
Leonardo Henrique


Sexta-feira: Abstenção de carne?

Em Inglês

Aqui

O grade papa São Silvestre I


São Silvestre encerra  o ano civil (o ano da Igreja se inicia no I domingo do Advento e não em 1° de Janeiro. Nesta data a Igreja celebra a Maternidade divina de Nossa Senhora). Ele encerra também , na história da  Igreja uma época importante e  inicia uma nova era. Durante três séculos a  Igreja de Deus esteve exposta  às mais cruéis  perseguições. 
O império romano empregava  todo o seu poder para aniquilar o reino de Deus; o sangue  corria em torrentes. Esforçavam-se em regra para inventar  novos tormentos.  Além disso, astúcia, lisonja, seduções,  tudo quanto pode cegar os sentidos, tudo o que  a  arte e a ciência terrenas podem proporcionar, estava a serviço  desta luta - e tudo debalde.  A Igreja permaneceu ilesa, a despeito de todos  os planos, afrontando tudo. Os seus membros morriam aqui e ali, mas a Igreja  continuava a viver, e sempre novos elementos entravam, para preencher as lacunas. Por fim o império  romano se  curvou diante  de Cristo e colocou  a Cruz  sobre o  seu diadema  e o sinal de  Cristo sobre a água de suas legiões. Cristo tinha vencido na possante  peleja, e o Papa Silvestre I  viu como  tudo mudava. Viu o suplício da cruz ser abolido. Viu  cristãos confessarem livre e  francamente a  sua fé e  erigirem casas de Deus.  Viu o próprio  imperador Constantino edificar o palácio (Lateranense), que  durante muitos  séculos  foi a residência do  Vigário de Cristo. 
Sobre a vida  interior    exterior do Papa S. Silvestre a  história  muito  pouco de positivo revela, se bem que  como certo afirme, que tenha  ele  sido  a  alma dos grandes acontecimentos  verificados  no seu longo Pontificado. 
Segundo  o testemunho de  historiadores fidedignos Silvestre  nasceu em Roma, filho de pais  ótimos  cristãos, que bem cedo o confiaram   aos cuidados  do sacerdote Cirino, cujo preparo intelectual e exemplo de  vida santa  fizeram  com que  o discípulo adquirisse uma formação extraordinariamente sólida cristã.  Estava  ainda  em  preparação última, isto é,  a  décima  e de todas as  mais  bárbaras das perseguições dioclesianas, quando Silvestre, das mãos do Papa Marcelino, recebeu  as  ordens  sacerdotais.   Teve, pois,  ocasião de presenciar os horrores  desta investida do inferno contra o Reino de Cristo. Pode  ele  ser e foi testemunha ocular do heroísmo das pobres vítimas do furor  desmedido do  tirano coroado. Em 314,   por  voto unânime do povo e  do clero foi proposto  para ocupar a  cadeira de São Pedro, como sucessor do papa Melquíades.  
Com a vitória  do cristianismo e a conversão do  imperador  Constantino viu-se o Papa diante da  grande tarefa de, por meio das sábias leis, introduzir  a religião cristã na vida dos povos, dando-lhe formação concreta e definitiva. A paz,  infelizmente não foi de longa duração.  Duas terríveis  heresias se levantaram contra a Igreja, arrastando-a  para uma  luta gigantesca  de  quase um século de  duração. Foi a dos  Donatistas, que tomou grande incremento na África.  A Igreja, ensinavam eles,  deve compor-se  só de justos; no momento em que  seu grêmio tolera pecadores, deixa de ser a Igreja de  Cristo.   O batismo administrado por um sacerdote que em estado de pecado se acha, é inválido. Um bispo, se estiver com um pecado na alma, não pode crismar nem ordenar sacerdotes.  Caso que administrar estes sacramentos, são eles  inválidos.  
Pior e mais  perigosa foi a outra heresia, propalada pelo sacerdote  Ario, da Igreja  de Antioquia.  Doutrinava  este  heresiarca que a Jesus  Cristo, Filho de Deus  feito homem, faltavam as  atribuições  divinas; isto é,  não era  consubstancial  ao Pai, portanto não era Deus, mas mera criatura, de essência diversa  da  do Pai e de  natureza mutável. 
Tanto contra a primeira como contra a segunda o Papa Silvestre tomou enérgica atitude. A dos  Donatistas foi condenada  no Concílio de Arles. O arianismo teve  sua condenação no célebre Concílio de  Nicéia (325), ao qual compareceram  317 bispos. O Papa Silvestre, já muito idoso pessoalmente não podendo comparecer à grande Assembléia, fez-se  nela representar por dois sacerdotes de  sua inteira confiança, que em seu lugar presidiram  as sessões. Estas  terminaram  com a soleníssima proclamação dogmática  da fórmula: " O Filho  é consubstancial ao Pai; é Deus de Deus; Deus verdadeiro de  Deus Verdadeiro;  gerado, não feito, da mesma  substância  com o Pai". 
  As resoluções do Concílio o Papa Silvestre as  assinou. Na presença de 272 bispos foram as mesmas  em  Roma solenemente  confirmadas. Esta cerimônia teve lugar diante da imagem de  Nossa Senhora  Alegria dos Cristãos, cujo altar, em sinal de gratidão à Maria Santíssima o Papa mandara erigir logo que as perseguições tinham chegado ao seu termo.    
Sobre o túmulo de São Pedro, o Papa, auxiliado  pelo imperador, construiu  a  magnífica basílica vaticana,  com suas  oitentas  colunas de mármore,  templo que durante 1100 anos  via chegar  milhares e  milhares de  peregrinos  provenientes de  todas as  partes do mundo, ansiosos  de  prestar  homenagens ao "Rochedo", sobre o qual  Cristo tinha  edificado a sua Igreja - até que deu lugar à atual grandiosa Basílica de  São Pedro. 
Durante seu Pontificado, o Papa Silvestre governou a Igreja de Deus dando sobejas provas de prudência e  sabedoria, glorificando-a com as virtudes  de  uma vida  santa e apostólica. 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Algumas nomeações interessantes feitas pelo Santo Padre no dia de ontem

- Foram nomeados membros da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé os recém criados Cardeais Angelo Amato e Kurt Koch.
- Para a Sagrada Congregação para o Culto divino e Disciplina dos sacramentos foram nomeados membros os Cardeais Raymond Leo Burke, Kazimierz Nycz, Malcolm Ranjith, Mauro Piacenza, Velasio De Paolis e ainda o Cardeal Angelo Amato
- Para a Sagrada Congregação dos Bispos foi nomeado membro o Cardeal Raymond Leo Burke
- Para a Sagrada Congregação do Clero foram nomeados membros os Cardeais  Donald William Wuerl e Kazimierz Nycz.

Para ver a lista completa das nomeações em italiano no Boletim da Santa Sé

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Seria Dom Fernando Figueiredo o novo Prefeitos dos Religiosos?

Caríssimos leitores.

Hoje li uma notícia instigante. Para quem não está a par, está em jogo a sucessão de um importante dicastérios romano: A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica ( mais conhecida como "Congregação para os Religiosos) . Orgão responsável por todas as congregações religiosas e até hoje comandada pelo cardael eslavo Franc Rodé ( 76 anos)

Quem conhece um pouco da situação da Igreja hoje sabe o estado calamitoso em que os religiosos se encontram, muitas vezes, muito pior que o próprio clero diocesano ( o que, concerteza, é algo de muita pouco orgulho para tão beneméritas ordens)

O site francês ultra-progressita Golias, noticiou uma lista de "prováveis candidatos" a sucessão do Cardeal Rodé. Entre eles, dois brasileiros ( segundo o site a nomeação de um latino-americano é provável, pelo foto do não haver nenhum atualmente em altos cargos curiais) , são eles:

1º Dom Fernando José Monteiro Guimarães C.SS.R - Bispo a qual eu gosto de me referir como "a esperança do Brasil", amigo do Rito Gregoriano e de extrema sintonia com o Santo Padre. Contudo, espero que essa nomeação realmente não ocorra, tenho reais esperanças que Dom Fernando seja o Novo Arcebispo de São Salvador ( e raio de sol no fim do túnel)

2º Dom Fernando Antônio Figueiredo O.F.M - Famoso no Brasil por ser "o Bispo do Padre Marcelo" e citado no Golias como "conservador" (?)

Fica a pergunta, frente as possíveis nomeações: Será?

Leia aqui

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um texto antigo, mas que nos faz pensar muito sobre a atual situação em que a Santa Igreja se encontra.

Entrevista com o Padre Gabriel Amorth, exorcista oficial da diocese de Roma.

Padre Amorth, está pronta finalmente a tradução italiana do novo Ritual para os exorcistas...

GABRIELE AMORTH: Sim, está pronta. No ano passado a Conferência Episcopal não quis aprová-la porque havia erros de tradução do latim. E nós, os exorcistas, que deveríamos utilizá-la, aproveitamos para indicar uma vez mais que discordávamos sobre muitos pontos do novo Ritual. O texto base em latim continua sem mudanças nesta tradução. E um Ritual tão esperado no fim transformou-se numa burla. Um incrível empecilho que ameaça impedir agirmos contra o demônio.

Uma acusação pesada. O Sr. se refere a quê?
AMORTH: Faço-lhe dois exemplos somente. Clamorosos. No ponto 15 fala-se dos malefícios e de como comportar-se nesse caso. O malefício é um mal causado a uma pessoa recorrendo ao diabo. Pode ser feito em diversas formas, como feitiços, maldições, maus-olhados, vodu, macumba. O Ritual Romano explicava como enfrentá-lo. O novo Ritual, ao contrário, afirma categoricamente que há uma proibição absoluta de fazer exorcismos nesses casos. Absurdo. Os malefícios são de longe a causa mais freqüente de possessões e males causados pelo demônio: não menos de 90 por cento. É como dizer aos exorcistas que não ajam mais. O ponto 16 então afirma que não se devem fazer exorcismos se não existe a certeza da presença diabólica. Esta é uma obra-prima de incompetência, pois se tem a certeza da presença do demônio numa pessoa só fazendo o exorcismo. Ademais, os responsáveis não perceberam que contradiziam nos dois pontos o Catecismo da Igreja Católica, que indica o exorcismo seja no caso de possessões diabólicas seja no caso de males causados pelo demônio. E diz também para ser feito tanto com pessoas quanto com coisas. E nas coisas não existe nunca a presença do demônio, existe só a sua influência.

As afirmações contidas no novo Ritual são gravíssimas e muito danosas, fruto de ignorância e inexperiência.

Mas não foi elaborado por especialistas?

AMORTH: De forma alguma. Nestes dez anos trabalharam com o Ritual duas comissões: uma composta por cardeais, que cuidou dos "prenotanda", ou seja, das disposições iniciais; e outra, que cuidou das orações. Posso afirmar com certeza que nenhum dos membros das duas comissões fez exorcismos nem assistiu a exorcismos nem teve a menor idéia do que são os exorcismos.

Este é o erro, o pecado original, desse Ritual. Nenhum dos que colaboraram era especialista em exorcismos.

Como é possível?

AMORTH: Não me pergunte. Durante o Concílio Vaticano II cada comissão era coadjuvada por um grupo de especialistas que apoiava os bispos. E o costume manteve-se também depois do Concílio, cada vez que se refizeram partes do Ritual Romano. Mas não neste caso. E se havia um tema no qual eram necessários especialistas, era este.

E em vez disso?

AMORTH: Em vez disso, nós, os exorcistas, nunca fomos consultados. Além do mais, as sugestões que demos foram recebidas com mal-estar pelas comissões.

A história é paradoxal. Quer que eu lhe conte?

Claro.

AMORTH: À medida que, como tinha pedido o Concílio Vaticano II, as várias partes do Ritual Romano eram revisadas, os exorcistas aguardavam que viesse tratado também o título XII, isto é, o Ritual dos Exorcismos. Mas evidentemente não era considerado um tema relevante, dado que passavam-se os anos e não acontecia nada. Depois, de repente, dia 4 de junho de 1990, saiu o Ritual "ad interim", experimental. Foi uma verdadeira surpresa para nós, que nunca tínhamos sido consultados. Todavia, já fazia tempo que tínhamos preparado alguns pedidos com relação a uma revisão do Ritual; pedíamos, entre outras coisas, o retoque das orações, colocando invocações a Nossa Senhora que faltavam completamente, e o aumento de orações específicas, mas fomos completamente afastados da possibilidade de dar qualquer contribuição.

Mas não desanimamos porque o texto tinha sido feito para o nosso uso.

Dado q ue na carta de apresentação o então prefeito da Congregação para o Culto Divino, o cardeal Eduardo Martínez Somalo, pedia às conferências episcopais que enviassem num prazo de dois anos "conselhos e sugestões dadas pelos sacerdotes que o terão usado", pusemo-nos a trabalhar.

Reuni 18 exorcistas, escolhidos entre os mais experientes do planeta.

Examinamos com grande atenção o texto. Nós o usamos. Elogiamos logo a primeira parte, na qual eram resumidos os fundamentos evangélicos do exorcismo, o aspecto bíblico-teológico, no qual naturalmente não faltava competência, uma parte nova com relação ao Ritual de 1614, composto por Paulo V. Ademais, naquela época não havia necessidade de lembrar esses princípios, por todos reconhecidos e aceitos. Hoje, porém, é indispensável.

Mas quando passamos a examinar a parte prática, que requer um conhecimento específico do tema, manifestou-se a total inexperiência dos redatores.

As nossas observações foram copiosas, artigo por artigo, e fizemo-las chegar a todas as partes interessadas: Congregação para o Culto Divino, Congregação para a Doutrina da Fé, conferências episcopais. Uma cópia foi entregue diretamente ao Papa em mãos.

Como foram acolhidas as suas observações?
AMORTH: Acolhida péssima, eficácia nula. Tínhamo-nos inspirado na "Lumen gentium", na qual a Igreja é descrita como "Povo de Deus". No número 28 fala-se da colaboração dos sacerdotes com os bispos, no número 37 diz-se com clareza, inclusive com relação aos leigos, que "segundo a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm a faculdade, aliás às vezes também o dever, de manifestar o seu parecer sobre coisas que concernem ao bem da Igreja". Era exatamente o nosso caso. Mas nós imaginávamos, ingenuamente, que as disposições do Vaticano II tivessem chegado às congregações romanas. Ao contrário, encontramos de frente um muro de rechaço e desprezo. O secretário da Congregação para o Culto Divino fez um relatório à comissão cardinalícia na qual dizia que os seus únicos interlocutores eram os bispos, e não os sacerdotes ou os exorcistas. E acrescentava textualmente, a propósito da nossa humilde tentativa de ajuda como peritos que exprimem o seu parecer: "Vemos o fenômeno dum grupo de exorcistas e supostos demonólogos, esses que logo se constituíram numa Associação Internacional, que orquestrava uma campanha contra o rito". Uma acusação indecente: nós jamais orquestramos campanha alguma! O Ritual era dirigido a nós, e nas comissões não tinham convocado nenhuma pessoa competente, era mais do que lógico que tentássemos dar a nossa contribuição.

Mas então quer dizer que o novo Ritual é para os senhores imprestável na luta contra o demônio?
AMORTH: Sim. Queriam entregar-nos uma arma com defeito. Foram canceladas as orações eficazes, orações que tinham doze séculos de história, e foram criadas outras, ineficazes. Mas felizmente no último momento tivemos um salva-vidas.

Qual?
AMORTH: O novo prefeito da Congregação para o Culto Divino, o cardeal Jorge Medina, anexou ao Ritual uma notificação, na qual afirma que os exorcistas não estão obrigados a usar este Ritual, mas se querem podem usar o antigo com permissão do bispo. Os bispos devem pedir autorização à Congregação, que no entanto, como escreve o cardeal, "a concede de boa vontade".

"Concede-a de boa vontade"? É uma concessão bem estranha...

AMORTH: Quer saber de onde vem? Duma tentativa feita pelo cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a doutrina da Fé, e pelo próprio cardeal Medina para introduzir no Ritual um artigo - então era o artigo 38 no qual se autorizavam os exorcistas a usar o Ritual precedente. Sem dúvida tratava-se duma manobra extrema para evitarmos os grandes erros que há nesse Ritual definitivo. Mas a tentativa dos dois cardeais foi reprovada.

Então o cardeal Medina, que tinha compreendido o que estava em jogo, decidiu dar-nos de qualquer forma este salva-vidas, acrescentando uma notificação em separado.

Como são considerados os exorcistas dentro da Igreja?
AMORTH: Somos muito mal tratados. Os irmãos sacerdotes que são encarregados dessa delicadíssima tarefa são vistos como doidos, fanáticos. Em geral quase não são tolerados nem pelos bispos que os nomeiam.

Qual o fato mais clamoroso dessa hostilidade?

AMORTH: Tivemos um convênio internacional de exorcistas perto de Roma.

Pedimos para ser recebidos pelo Papa. Para não dar a ele o peso de somar outra audiência às tantas que já dá, pedimos simplesmente para ser recebidos na audiência pública das quartas-feiras na Praça de São Pedro.

Inclusive sem que fosse preciso mencionar-nos nas saudações. Fizemos o devido pedido, como lembrará perfeitamente Mons. Paolo De Nicolò, da Prefeitura da Casa Pontifícia, que acolheu de braços abertos o nosso pedido. Um dia antes da audiência porém o próprio Mons. De Nicolò disse-nos - na verdade com grande constrangimento, pelo que se viu muito bem que a decisão não dependia dele - que não viéssemos, não éramos admitidos. Incrível: 150 exorcistas provenientes dos cinco continentes, sacerdotes nomeados pelos seus bispos segundo as normas do direito canônico, que requerem padres de oração, ciência e boa fama - portanto mais ou menos a fina-flor do clero -, pedem para participar duma audiência pública do Papa e são enxotados. Mons.

De Nicolò disse-me: "Naturalmente prometo que lhe enviarei logo uma carta com os motivos". Passaram-se cinco anos, e ainda estou a esperar essa carta.

Certamente não foi João Paulo II a excluir-nos. Mas que seja proibido a 150 sacerdotes participar duma audiência pública do Papa na Praça de São Pedro explica o quanto são dificultados os exorcistas pela sua Igreja, quanto são mal vistos por tantas autoridades eclesiásticas.

O Sr. combate o demônio quotidianamente. Qual é o maior sucesso de Satanás?

AMORTH: Conseguir que não creiam na sua existência.

Quase conseguiu.

Também dentro da Igreja. Temos um clero e um episcopado que já não crêem no demônio, nos exorcismos, nos males extraordinários que o diabo pode fazer, e tampouco no poder que Jesus concedeu de expulsar os demônios.

Há três séculos que a Igreja latina - ao contrario dos orientais e de várias confissões protestantes - abandonou quase completamente o ministério dos exorcismos. Sem praticá-los, estudá-los nem vê-los, o clero já não crê.

Já não crê tampouco no diabo. Temos inteiros episcopados contrários aos exorcismos. Há nações completamente carentes de exorcistas, como a Alemanha, a Áustria, a Suíça, a Espanha e Portugal. Uma carência assustadora.

Não citou a França. Lá a situação é diferente?

AMORTH: Há um livro escrito pelo mais conhecido exorcista francês, Isidoro Froc, intitulado: "Os exorcistas, quem são e que fazem". O volume, traduzido em italiano pela editora Piemme, foi escrito por encargo da Conferência Episcopal Francesa. Em todo o livro jamais se diz que os exorcistas, em certos casos, fazem exorcismos. E o autor declarou várias vezes à televisão francesa que nunca fez exorcismos e que nunca os fará.

Entre cem exorcistas franceses só cinco crê no demônio e fazem exorcismos.

Todos os outros mandam quem se dirige a eles ao psiquiatra.

Os bispos são as primeiras vítimas dessa situação da Igreja Católica, da qual está desaparecendo a crença na existência do demônio. Antes de sair esse novo Ritual, o episcopado alemão escreveu uma carta ao cardeal Ratzinger em que afirmava que não era necessário um novo Ritual, porque já não se devem fazer exorcismos.

É dever dos bispos nomear exorcistas?

AMORTH: Sim. Quando um sacerdote é eleito bispo, encontra-se ante um artigo do Código de Direito Canônico que lhe dá autoridade absoluta para nomear exorcistas. A um bispo o mínimo que se pode pedir é que tenha assistido pelo menos a um exorcismo, dado que deve tomar uma decisão tão importante.

Infelizmente, não acontece quase nunca. Mas se um bispo se encontra ante uma solicitação séria de exorcismo - ou seja, feita não por um maluco - e não toma providências, comete pecado mortal. E é responsável por todos os terríveis sofrimentos daquela pessoa, que às vezes duram anos ou uma vida, e que teria podido impedir.

Está dizendo que a maior parte dos bispos da Igreja católica está em pecado mortal?
AMORTH: Quando eu era pequeno o meu velho pároco ensinava-me que os sacramentos são oito: o oitavo é a ignorância. E o oitavo sacramento salva mais que os outros sete juntos. Para cometer pecado mortal é preciso uma matéria grave mas também o pleno conhecimento e o deliberado consentimento.

Essa omissão de ajuda por parte de muitos bispos é matéria grave. Mas esses bispos são ignorantes: não há portanto deliberado consentimento e pleno conhecimento.

Mas a fé permanece intacta, isto é, permanece uma fé católica, se alguém não crê na existência de Satanás?
AMORTH: Não. Conto-lhe um episódio. Quando encontrei pela primeira vez o Pe.

Pellegrino Ernetti, um célebre exorcista que exerceu o ministério por quarenta anos em Veneza, disse-lhe: "Se eu pudesse falar com o Papa eu lhe diria que encontro demasiados bispos que não crêem no demônio". Na tarde seguinte o Pe. Ernetti veio até mim para me dizer que de manhã tinha sido recebido por João Paulo II. "Santidade", dissera-lhe, "há um exorcista cá em Roma, Pe. Amorth, que se o visse lhe diria que conhece demasiados bispos que não crêem no demônio". O Papa respondeu-lhe, taxativo: "Quem não crê no demônio não crê no Evangelho". Eis a resposta que ele deu e que eu repito.

Ou seja: a conseqüência é que muitos bispos e muitos padres não seriam católicos?

AMORTH: Digamos que não crêem numa verdade evangélica.

Portanto, sendo o caso, eu os acusaria de propagar uma heresia. Mas fique claro que alguém é formalmente herege se é acusado de alguma coisa e permanece no erro.

Hoje ninguém, pela situação que há na Igreja, acusa um bispo por não crer no diabo, nas possessões demoníacas e por não nomear exorcistas porque não crê.

Contudo, eu poderia dizer-lhe muitíssimos nomes de bispos e cardeais que logo que foram nomeados para uma diocese tiraram a todos os exorcistas tal faculdade. Ou bispos que sustentam abertamente: "Eu não creio nisso.

São coisas do passado". Por quê? Infelizmente porque houve a influência perniciosíssima de certos biblistas, e poderia citar-lhe muitos nomes ilustres. Nós que tocamos todos os dias o mundo sobrenatural sabemos que meteu a colher em tantas reformas litúrgicas.

Por exemplo?

AMORTH: O Concílio Vaticano II tinha comandado a revisão de alguns textos.

Desobedecendo a essa ordem, o que se quis foi refazê-los completamente.

Sem pensar que se podiam piorar as coisas em vez de melhorá-las. E tantos ritos foram piorados por essa mania de querer jogar fora tudo o que havia no passado e refazer tudo desde o começo, como se a Igreja tivesse até hoje sempre tapeado e enganado, e só agora tivesse chegado o tempo dos grandes gênios, dos superteólogos, dos superbiblistas, dos superliturgistas, que sabem dar à Igreja as coisas certas. Uma mentira. O último Concílio tinha simplesmente pedido a revisão desses textos, não a sua destruição.

O Ritual dos exorcismos, por exemplo: era para ser corrigido, não refeito.

Havia orações que têm doze séculos de experiência.

Antes de eliminar orações tão antigas e que por séculos demonstraram a sua eficácia, seria preciso pensar longamente. Mas não. Nós, os exorcistas, experimentando o Ritual "ad interim", vimos que são absolutamente ineficazes.

Também o Ritual do Batismo das crianças foi piorado.

Foi desvirtuado até quase eliminar o exorcismo contra Satanás, que sempre teve enorme importância para a Igreja, tanto que era chamado "exorcismo menor".

Contra esse novo rito protestou publicamente também Paulo VI.

Foi piorado o novo Ritual de Bênçãos. Li minuciosamente todas as suas 1200 páginas. Pois bem, foi cuidadosamente tirada toda referência ao fato de que o Senhor nos protege de Satanás, que os anjos nos protegem do assalto do demônio.

Tiraram todas as orações que havia na bênção das casas e das escolas. Tudo tinha de ser benzido e protegido, mas hoje a proteção contra o demônio já não existe, já não existem defesas e tampouco orações contra ele.

O próprio Jesus tinha-nos ensinado uma oração de libertação no pai-nosso: "Livrai-nos do Maligno. Livrai-nos da pessoa de Satanás". Em vernáculo foi traduzida de forma errônea, e agora se reza dizendo: "Livrai-nos do mal". Fala-se dum mal genérico, do qual no fundo não se sabe a origem. Ao contrário, o mal contra o qual Nosso Senhor Jesus Cristo tinha-nos ensinado a combater é uma pessoa concreta: é Satanás.

O Sr. tem um observatório privilegiado: tem a sensação de que o satanismo esteja difundindo-se?

AMORTH: Sim. Muitíssimo. Quando diminui a fé aumenta a superstição. Se uso a linguagem bíblica, digo que se abandona a Deus e se abraça a idolatria; se uso uma linguagem moderna, digo que se abandona a Deus para abraçar o ocultismo. A diminuição assustadora da fé em toda a Europa católica faz com que o povo se entregue às mãos de magos e cartomantes, enquanto as seitas satânicas prosperam. O culto do demônio é anunciado a massas inteiras através do rock satânico de personagens como Marilyn Manson, e atacam-se também as crianças quando jornais e quadrinhos ensinam a magia e o satanismo.

São muito difundidas as sessões espíritas, nas quais se evocam os mortos para ter respostas. Agora aprende-se a fazer sessões espíritas com o computador, com o telefone, com a televisão, com o gravador, mas sobretudo com a escritura automática. Já não há necessidade do medium: é um espiritismo "self service". Segundo as pesquisas, 37 por cento dos estudantes fez pelo menos uma vez o jogo do cartaz ou do copo, que é uma verdadeira sessão espírita. Numa escola em que me convidaram a falar, os jovens disseram que o faziam durante a aula de religião sob olhos complacentes do professor.

E funcionam?

AMORTH: Não existe diferença entre magia branca e magia negra. Quando a magia funciona, é sempre obra do demônio. Todas as formas de ocultismo, como esta grande atração pelas religiões do Oriente, com as suas tendências esotéricas, são portas abertas para o demônio. E o diabo entra. Rápido.

Eu não hesitei a dizer imediatamente, no caso da freira assassinada em Chiavenna e no caso dos dois jovens de Novi Ligure [trata-se de delitos que chocaram a Itália recentemente, n.d.tr.], que houve uma intervenção direta do demônio porque esses jovens se dedicavam ao satanismo. Prosseguindo a investigação a polícia descobriu, em ambos os casos, que esses jovens seguiam Satanás, tinham livros satânicos.

O que aproveita o demônio para seduzir o homem?

AMORTH: Ele tem uma estratégia monótona. Disse isso a ele, e ele o reconhece... Leva a crer que o inferno não existe, que o pecado não existe sendo só uma experiência mais a fazer. Concupiscência, sucesso e poder são as três grandes paixões nas quais Satanás insiste.

Quantos casos de possessão demoníaca encontrou?
AMORTH: Depois dos primeiros cem casos desisti de contar.

Cem? Mas são muitíssimos. O Sr. diz nos seus livros que os casos de possessão são raros.

AMORTH: E de fato são. Muitos exorcistas têm encontrado somente casos de males diabólicos. Mas eu herdei a "clientela" dum exorcista famoso como o Pe. Candido, e portanto os casos que ele não tinha resolvido ainda.

Ademais, os outros exorcistas mandam para mim os casos mais resistentes.

Qual o caso mais difícil que encontrou?
AMORTH: Estou tratando dele agora, e já faz dois anos.

É a mesma jovem que foi abençoada - não foi um exorcismo propriamente - pelo Papa em outubro no Vaticano e que causou sensação nos jornais. É atingida 24 horas por dia, com tormentos indescritíveis. Os médicos e os psiquiatras não conseguiam entender nada. É plenamente lúcida e inteligentíssima.

Um caso realmente doloroso.

Como a pessoa se torna vítima do demônio?
AMORTH: Pode-se cair nos males extraordinários enviados pelo demônio por quatro motivos. Ou porque isso consiste num bem para a pessoa (é o caso de muitos santos), ou pela persistência no pecado de modo irreversível, ou por um malefício que alguém faz por meio do demônio, ou por práticas de ocultismo.

Durante o exorcismo de possessos, que tipo de fenômenos se manifestam?
AMORTH: Lembro-me dum camponês analfabeto que durante o exorcismo me falava só em inglês, e eu precisava dum intérprete. Há quem mostra uma força sobre-humana, quem se eleva completamente da terra e várias pessoas não conseguem mantê-lo sentado. Ma é só pelo contexto em que se desenvolvem que falamos de presença demoníaca.

Ao Sr. o demônio nunca fez nada de mal?

AMORTH: Quando o cardeal Poletti me pediu para ser exorcista encomendei-me a Nossa Senhora. "Envolvei-me no vosso manto e estarei seguríssimo". O demônio fez-me tantas ameaças, mas nunca me causou dano algum.

O Sr. não tem medo do demônio?

AMORTH -. Eu, medo daquele estúpido? É ele que deve ter medo de mim: eu ajo em nome do Senhor do mundo. E ele é só o macaco de Deus.

Padre Amorth, o satanismo difunde-se cada vez mais. O novo Ritual torna difícil fazer exorcismos. Impede-se aos exorcistas a participação numa audiência papal na Praça de S. Pedro. Diga-me sinceramente: o que está acontecendo?
AMORTH: A fumaça de Satanás entra em todas as partes.

Em todas as partes!

Talvez tenhamos sido excluídos da audiência do Papa porque tinham medo de que tantos exorcistas conseguissem expulsar as legiões de demônios que se estabeleceram no Vaticano.

Está brincando, não?

AMORTH: Pode parecer um modo de dizer, mas creio que não seja. Não tenho dúvida alguma de que o demônio tenta sobretudo os postos altos da Igreja, como tenta os postos altos da política e da indústria.

Está dizendo que também aqui, como todas as guerras, Satanás quer conquistar os generais adversários?
AMORTH: É uma estratégia vencedora. Sempre se tenta efetuá-la.

Sobretudo quando as defesas do adversário são fracas. E também Satanás tenta. Mas ainda bem que existe o Espírito Santo que sustém a Igreja: "As portas do inferno não prevalecerão". Apesar dos abandonos.

Apesar das traições, que não devem surpreender. O primeiro traidor foi um dos apóstolos mais próximos a Jesus, Judas Iscariotes. Mas apesar disso a Igreja continua no seu caminho. Mantém-se em pé pelo Espírito Santo, portanto toda a luta de Satanás pode ter somente sucesso parcial. Claro, o demônio pode vencer algumas batalhas. Inclusive importantes. Mas jamais a guerra.

Irmã Dulce será beatificada em maio de 2011

A data para a cerimônia de beatificação de Irmã Dulce já foi definida. A missa com o rito que tornará beata o "Anjo Bom da Bahia" acontece no dia 22 de maio de 2011, no Parque de Exposição (Av. Paralela), em Salvador. O horário da missa ainda não foi definido.

O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, designou o padre Manoel Filho como coordenador do evento. Padre Manoel também esteve a frente do evento de irmã Lindalva, religiosa que viveu na Bahia e foi beatificada em 2007.

A comissão organizadora do evento, composta por padres, leigos e representantes das Obras Sociais Irmã Dulce, em breve começa a se reunir para dar os encaminhamentos necessários.

O decreto de beatificação de Irmã Dulce (1914-1992) foi assinado pelo Papa no dia 10 de dezembro. Em outubro, a Congregação para as Causas dos Santos já havia reconhecido um milagre atribuído à religiosa, encerrando o processo que começou em junho de 2001.



Fonte: CN notícias


domingo, 26 de dezembro de 2010

Um exemplo de mal gosto e de falta de respeito pelo sagrado


Representação do presépio, feito por sambistas no Rio de Janeiro. Detalhe para o modo como representaram o glorioso São José e a Santíssima Virgem Maria, sem nenhum respeito para variar um pouco.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal de Sua Santidade na benção Urbi et Orbi


"Verbum caro factum est – o Verbo fez-Se carne" (Jo 1, 14).
Queridos irmãos e irmãs, que me ouvis em Roma e no mundo inteiro, é com alegria que vos anuncio a mensagem do Natal: Deus fez-Se homem, veio habitar no meio de nós. Deus não está longe: está perto, mais ainda, é o "Emanuel", Deus conosco. Não é um desconhecido: tem um rosto, o rosto de Jesus.
Trata-se de uma mensagem sempre nova, que não cessa de surpreender, porque ultrapassa a nossa esperança mais ousada. Sobretudo porque não se trata apenas de um anúncio: é um acontecimento, um fato sucedido, que testemunhas credíveis viram, ouviram, tocaram na Pessoa de Jesus de Nazaré! Permanecendo com Ele, observando os seus atos e escutando as suas palavras, reconheceram em Jesus o Messias; e, ao vê-Lo ressuscitado, depois que fora crucificado, tiveram a certeza de que Ele, verdadeiro homem, era simultaneamente verdadeiro Deus, o Filho unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (cf. Jo 1, 14).
"O Verbo fez-Se carne". Fitando esta revelação, ressurge uma vez mais em nós a pergunta: Como é possível? O Verbo e a carne são realidades opostas entre si; como pode a Palavra eterna e onipotente tornar-se um homem frágil e mortal? Só há uma resposta possível: o Amor. Quem ama quer partilhar com o amado, quer estar-lhe unido, e a Sagrada Escritura apresenta-nos precisamente a grande história do amor de Deus pelo seu povo, com o ponto culminante em Jesus Cristo.
Na realidade, Deus não muda: mantém-se fiel a Si mesmo. Aquele que criou o mundo é o mesmo que chamou Abraão e revelou o seu próprio Nome a Moisés: Eu sou Aquele que sou… o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó… Deus misericordioso e compassivo, cheio de amor e fidelidade (cf. Ex 3, 14-15; 34, 6). Deus não muda: Ele é Amor, desde sempre e para sempre. Em Si mesmo, é Comunhão, Unidade na Trindade, e cada obra e palavra sua tem em vista a comunhão. A encarnação é o ápice da criação. Quando no ventre de Maria, pela vontade do Pai e a ação do Espírito Santo, se formou Jesus, Filho de Deus feito homem, a criação atingiu o seu vértice. O princípio ordenador do universo, o Logos, começava a existir no mundo, num tempo e num espaço.
"O Verbo fez-Se carne". A luz desta verdade manifesta-se a quem a acolhe com fé, porque é um mistério de amor. Somente aqueles que se abrem ao amor, são envolvidos pela luz do Natal. Assim sucedeu na noite de Belém, e assim é hoje também. A encarnação do Filho de Deus é um acontecimento que se deu na história, mas ao mesmo tempo ultrapassa-a. Na noite do mundo, acende-se uma luz nova, que se deixa ver pelos olhos simples da fé, pelo coração manso e humilde de quem espera o Salvador. Se a verdade fosse apenas uma fórmula matemática, em certo sentido impor-se-ia por si mesma. Mas, se a Verdade é Amor, requer a fé, o "sim" do nosso coração.
E que procura, efetivamente, o nosso coração, senão uma Verdade que seja Amor? Procura-a a criança, com as suas perguntas tão desarmantes e estimuladoras; procura-a o jovem, necessitado de encontrar o sentido profundo da sua própria vida; procuram-na o homem e a mulher na sua maturidade, para orientar e sustentar os compromissos na família e no trabalho; procura-a a pessoa idosa, para levar a cumprimento a existência terrena.
"O Verbo fez-Se carne". O anúncio do Natal é luz também para os povos, para o caminho coletivo da humanidade. O "Emanuel", Deus conosco, veio como Rei de justiça e de paz. O seu Reino – bem o sabemos – não é deste mundo, e todavia é mais importante do que todos os reinos deste mundo. É como o fermento da humanidade: se faltasse, definhava a força que faz avançar o verdadeiro progresso, o impulso para colaborar no bem comum, para o serviço desinteressado do próximo, para a luta pacífica pela justiça. Acreditar em Deus, que quis compartilhar a nossa história, é um constante encorajamento a comprometer-se com ela, inclusive no meio das suas contradições; é motivo de esperança para todos aqueles cuja dignidade é ofendida e violada, porque Aquele que nasceu em Belém veio para libertar o homem da raiz de toda a escravidão.
A luz do Natal resplandeça novamente naquela Terra onde Jesus nasceu, e inspire Israelitas e Palestinos na busca de uma convivência justa e pacífica. O anúncio consolador da vinda do Emanuel mitigue o sofrimento e console nas suas provas as queridas comunidades cristãs do Iraque e de todo o Oriente Médio, dando-lhes conforto e esperança no futuro e animando os Responsáveis das nações a uma efetiva solidariedade para com elas. O mesmo suceda também em favor daqueles que, no Haiti, ainda sofrem com as consequências do terramoto devastador e com a recente epidemia de cólera. Igualmente não sejam esquecidos aqueles que, na Colômbia e na Venezuela, mas também na Guatemala e na Costa Rica, sofreram recentemente calamidades naturais.
O nascimento do Salvador abra perspectivas de paz duradoura e de progresso autêntico para as populações da Somália, do Darfour e da Costa do Marfim; promova a estabilidade política e social em Madagáscar; leve segurança e respeito dos direitos humanos ao Afeganistão e Paquistão; encoraje o diálogo entre a Nicarágua e a Costa Rica; favoreça a reconciliação na Península Coreana.
A celebração do nascimento do Redentor reforce o espírito de fé, de paciência e de coragem nos fiéis da Igreja na China continental, para que não desanimem com as limitações à sua liberdade de religião e de consciência e, perseverando na fidelidade a Cristo e à sua Igreja, mantenham viva a chama da esperança. O amor do "Deus conosco" dê perseverança a todas as comunidades cristãs que sofrem discriminação e perseguição, e inspire os líderes políticos e religiosos a empenharem-se pelo respeito pleno da liberdade religiosa de todos.
Queridos irmãos e irmãs, "o Verbo fez-Se carne", veio habitar no meio de nós, é o Emanuel, o Deus que Se aproximou de nós. Contemplemos, juntos, este grande mistério de amor; deixemos o coração iluminar-se com a luz que brilha na gruta de Belém! Boas-festas de Natal para todos!


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um Feliz e Santo Natal a todos!

Nosso blog deseja a todos os nossos leitores um Feliz e Santo Natal!
Que o Menino Jesus, a verdadeira e única razão do Natal, traga a verdadeira alegria e paz a você, nosso querido leitor, e a toda sua família.
Que a Santíssima Virgem Maria e São José intercedam por vocês!

São os votos de nosso humilde Blog!


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Algumas fotos das ordenações da FSSPX do último sábado (Sábado de Têmporas do Advento)

As ordenações ocorreram na Igreja do Seminário de Nuestra Señora Corredentora de La Reja. O ordenante foi o Reverendíssimo Senhor Dom Bernard Tissier de Mallerais. Entre os ordenados estava o brasileiro Padre Fábio Calixto.














Reverendíssimo Padre Fábio Calixto, do Brasil



Fonte das fotos: FSSPX-SudAmerica

Rezemos pela fidelidade destes sacerdotes e peçamos ao Senhor que envie sacerdotes santos para a sua Igreja!

Abaixo-assinado contra KIT GAY nas escola

Divulgamos esse abaixo-assinado contra essa vergonha que é o Kit Gay nas escolas de nosso País.

AQUI

Agradecimentos à leitora Magna pela informação.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mais um escândalo: Arcebispo de Porto Alegre em posse de herege protestante

Noticia orgulhosamente o site da pseudo-católica CNB do B:

Coerência e solidez teológica, missão, gestão de cuidado e contato com ministros, ministras e campos de trabalho são as três ênfases que o novo pastor presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Nestor Friedrich, pretende imprimir nos quatro anos em que estará à frente da denominação.
Nestor foi empossado, oficialmente, em culto solene realizado ontem, 19, em Porto Alegre, e que contou com a presença do prefeito da capital gaúcha, José Fortunati, do arcebispo metropolitano, dom Dadeus Grings, de líderes e representantes de igrejas e organismos ecumênicos.
Eleita no Concílio de outubro, a presidência da IECLB está integrada, ainda, pelo pastor primeiro vice-presidente, Carlos Moeller, e a pastora Silvia Genz, segunda vice-presidente. Primeira mulher a ocupar cargo na direção superior da igreja, Sílvia foi homenageada e recebeu mensagens de apoio de grupos de mulheres de diversas regiões do país. Nestor exerceu o cargo de secretário geral da igreja nos últimos oito anos.
Altmann deixa o cargo depois de oito anos. “O maior cargo não é ser presidente, é ser cristão”, disse. Ele passa à condição de pastor emérito da IECLB, mas não será uma passagem à inatividade. Seguirá como moderador do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas até a assembleia de 2013.

São Pedro Canísio, baluarte na luta contra os hereges protestantes, Rogai por nós!!


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mais um aviso

Avisamos aos nossos leitores que haverá no dia 25 de Dezembro, Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Santa Missa em rito Tridentino na Igreja Nossa Senhora do Rosário (Igreja do Rosário) na cidade de Mococa-SP às 15h. Irá oferecer essa Santa Missa o Reverendíssimo Padre Roberto Miranda.

Endereço:
Santuário Nossa Senhora do Rosário (Igreja do Rosário)
Endereço: Praça Major José Pedro, 165 (Centro) Mococa-SP
 
Alumas fotos de Missa celebradas pelo Reverenssimo Padre Roberto, na Igreja do Rosário:
 
 
 



 

sábado, 18 de dezembro de 2010

Deo Gratias !!!

Hoje serão ordenados mais cinco sacerdotes da FSSPX no Seminário Internacional Nossa Senhora Corredentora de La Reja. Rezemos pela fidelidade deles e de todos os outros sacerdotes que lutam pela tradição! Deo Gratias!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um pequeno aviso

Gostaríamos de avisar aos nossos leitores, principalmente aos que vivem no sul de Minas e Nordeste de São Paulo, que neste final de semana dias 18 e 19, haverá a Santa Missa celebrada pela FSSPX na cidade de Passos-MG. Para maiores informações pelo telefone (35) 3521 4574.

Entrevista com o Padre Franz Schmidberger, FSSPX

O padre Franz Schmidberger é o superior do Distrito da Alemanha. Após a sua entrada no seminário de Ecône em 1972, ele foi Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X de 1982 a 1994. Neste 40º aniversário da Fraternidade, o padre recorda o contexto religioso dos anos setenta e o desenvolvimento das relações com Roma.

Quando e como o senhor entrou na Fraternidade Sacerdotal São Pio X?

Eu morava em Munique e estudava Ciências Naturais na universidade. Eu conheci um pequeno grupo de jovens católicos dirigido por um professor de filosofia que havia lutado desde o Concílio Vaticano II para salvar o Latim, interromper a propagação da traição da fé e manter a Tradição. E assim, quando decidi me tornar sacerdote, não tive dúvidas quanto ao local onde eu deveria ir. Eu iria mais longe ao dizer que eu já sabia para onde ir, mesmo antes de eu saber se eu iria para o seminário! Ecône era a única possibilidade, já que eu não queria ser ordenado por um bispo que celebrava Missa Nova. Isso ocorreu em 1972.

Então Ecône e a Fraternidade já eram conhecidas em Munique, na Alemanha, em 1972?

Ah, sim! Sabíamos que um arcebispo tinha acabado de abrir um seminário na Suíça com a liturgia antiga. Imagine, um grupo como o nosso, depois do Concílio, nós procurávamos outros grupos semelhantes. Na época, estavamos em contato com católicos nos Estados Unidos, na França, em Viena… e, assim, sabíamos da existência uns dos outros. Lutávamos pelas mesmas ideias, estavamos envolvidos na mesma luta, embora ela nem sempre fosse tão precisa, tão explícita como é hoje. Mas, mesmo assim, a orientação geral era clara: queríamos a todo custo a missa e o catecismo de todos os tempos.

O que o atraiu tão fortemente naquela época à tradição da Igreja?

No começo, eu não entendia exatamente todo o movimento iniciado no Concílio. Na minha família, que era profundamente católica, nós aceitamos tudo desde o início. Mas já em 1967, compreendemos a importância das reformas do Concílio. Daquele momento em diante, nos tornamos parte de uma luta e, com esse grupo de estudantes, nós atacamos de frente os modernistas. Eu me lembro de termos anúncios impressos, incluindo alguns contra o Arcebispo de Munique [NDLR: Cardeal Döpfner], que era muito progressista e que desempenhou um papel pernicioso no Concílio.

Mas como o senhor tomou conhecimento sobre essa guerra dentro da Igreja?

Foi realmente devido à nossa formação em filosofia em Munique. Nós tínhamos uma base sólida sobre o assunto. Sabíamos que a verdade é imutável. Nós também poderíamos ver claramente que o desenvolvimento da sociedade civil estava indo na direção errada. E assim estavamos bem preparados e quando entramos em Ecône, com o padre Klaus Wodsack, tínhamos ideias claras.

Quando o senhor conheceu o arcebispo Dom Lefebvre?

Foi em 12 de março de 1972, no quarto domingo da Quaresma, Domingo Laetare, e com o padre Wodsack, servimos na missa do arcebispo, em sua casa em Friburgo, na Route de La Vignettaz. Após a missa, tomamos a refeição juntos, e Dom Lefebvre disse-nos que havíamos sido admitidos no seminário. Já havíamos mandado nossas matrículas, ele simplesmente queria ter uma impressão pessoal. Duas semanas depois, passamos alguns dias em Ecône. No mês de outubro seguinte, entramos no seminário.

Quais foram suas primeiras impressões de Dom Lefebvre?

Muito boas… muito nobre… Um caráter extremamente equilibrado! Um homem verdadeiramente católico. Um homem… da Igreja! Essas foram apenas as primeiras impressões! Nós descobrimos toda a sua personalidade nos meses seguintes.

Então, o senhor entra em Ecône em 1972. Seu primeiro compromisso com a Fraternidade remonta a 1973. Qual era o estado dela naquela época?

Era pequena! Havia talvez seis padres-membros. Estava in statu nascendi, apenas em processo de nascimento! Mas não havia preocupação com números. Nós tínhamos convicções muito fortes: a Missa Nova não era boa, nós não a queríamos, e pelo contrário, queríamos a Missa antiga a todo custo. E essa era a base de nossa convicção. Não importava quantas pessoas aderiam a ela, não importava! Tínhamos de trabalhar para propagar essa Missa novamente. Deus havia nos chamado pela sua graça para o sacerdócio e assim pensávamos que tínhamos de trabalhar para difundir a verdadeira missa católica novamente na Alemanha. Era um desejo missionário e apostólico.

E o senhor pensava que a Fraternidade iria ter tão grande desenvolvimento?

Para ser franco, eu não pensava que nos espalharíamos por todo o mundo, para a Ásia, para a África, para a esquerda e para a direita… O que realmente foi uma graça inédita e totalmente imerecida foi que fomos capazes de colaborar na sua propagação por todo o mundo.
Dom Lefebvre me disse um dia: “Se a Fraternidade continuar limitada à Europa, será um sinal de que não é obra de Deus. Pois, se é verdadeiramente obra de Deus, ela deve ter uma dimensão católica, universal. Ela deve atrair para si todas as culturas, todas as línguas, todas as classes sociais…” E foi isso que aconteceu! A Fraternidade é verdadeiramente uma obra da Igreja Católica. É universal. Foi estabelecida em todos os continentes, em todas as classes, entre intelectuais, gente simples, ricos e pobres… Isso é o que encontramos na Igreja primitiva, na Igreja de todas as épocas. A Igreja é universal! Ela fala a todo homem, para trazer todas as almas para o Bom Deus.

O que esse quadragésimo aniversário inspira no senhor?

Ele me dá, acima de tudo, um sentimento de profunda gratidão para com Deus. É uma grande alegria! Uma profunda alegria poder colaborar neste trabalho.

A luta continua da mesma forma?

Podemos ver que os nossos argumentos se mostram cada vez mais fortes e mais irrefutáveis. E que, mesmo os progressistas percebem. É por isso que eu diria que nós até desfrutamos de certa estima entre nossos inimigos. Porque é muito difícil fazer objeções aos nossos argumentos.
Eu me lembro, quando eu era Superior Geral, de que fui a Roma muitas vezes, e devo dizer que éramos naquela época praticamente desprezados: “Vocês são uns patifes, o que deu na cabeça de vocês… Como vocês podem imaginar que o Papa não está na linha certa no que diz respeito à liberdade religiosa e ao ecumenismo? O que há de errado com vocês para se voltarem contra o Papa?” Nós chegamos a ser tratados assim. Hoje, somos levados muito a sério. E temos de dar testemunho da fé católica na sua totalidade em Roma.
Nosso papel é, em primeiro lugar, lutar contra os erros, segundo, apontar o caminho para a verdadeira solução, e, em terceiro lugar, começar a colocar essa solução em prática. Com os seminários, as escolas, as famílias reunidas em torno de nossos altares, casas de retiro, os conventos de diferentes grupos religiosos, que estão unidos a nós…, dessa forma estamos reconstruindo um pouco da Cristandade. Esse é o nosso papel. Nós mostramos o caminho e dizemos claramente: a solução é a santidade sacerdotal, é a missa de todos os tempos, é o catecismo de todos os tempos, é trabalhar pelo reino de Nosso Senhor na sociedade. E assim, estamos tornando isso real. Claro, que está sendo feito de uma forma muito limitada, mas ao mesmo tempo nós somos um pequeno exército lutando por nosso Senhor Jesus Cristo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Há 465 anos se iniciava o Sacrossanto Concílio de Trento - dogmático e infalível


O que ele nos ensina sobre o Santo Sacrifício da Missa:

937 a. Para que se mantenha íntegra na Igreja Católica a antiga fé e doutrina dogrande mistério eucarístico, e, debelados os erros e heresias, se conserve em suapureza, o sacrossanto Concilio Ecumênico e Geral de Trento, instruído pela ilustraçãodo Espirito Santo,... ensina, declara e determina no que segue o que deve ser pregadoaos povos fiéis a respeito [da Eucaristia] enquanto é um verdadeiro e singularsacrifício.

Cap. 1. — Da instituição do sacrossanto sacrifício da Missa

938. Já que no Antigo Testamento, segundo testifica o Apóstolo S. Paulo, por causa dafraqueza do sacerdócio levítico não havia perfeição, convinha, por disposição deDeus, Pai da misericórdia, se levantasse outro sacerdote segundo a ordem de Melquisedec (Gên 14, 18; Sl 109, 4; Heb 7, 11), Nosso Senhor Jesus Cristo, que pudesse consumar (Heb 10, 14) e levar à perfeição todos os que se houvessem desantificar (Heb 10, 14). Assim, este Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo, embora por sua morte se havia de oferecer uma só vez ao Eterno Pai no altar da cruz, para nele obrar a redenção eterna, contudo, já que pela morte não se devia extinguir o seu sacerdócio (Heb 7, 24. 27), na última ceia, na noite em que ia ser entregue, querendo deixar à Igreja, sua amada Esposa, como pede a natureza humana, um sacrifício visível [cân. l] que representasse o sacrifício cruento a realizar uma só vez na Cruz, e para que a sua memória durasse até a consumação dos séculos e a sua salutar virtude fosse aplicada para remissão dos nossos pecados quotidianos, declarando-se sacerdote perpétuo segundo a ordem de Melquisedec (Sl 109, 4), ofereceu a Deus Pai o seu corpo e sangue sob as espécies do pão e do vinho e, sob as mesmas espécies, entregou Corpo e Sangue aos Apóstolos que então constituiu sacerdotes do Novo Testamento para que o recebessem, mandando-lhes, e aos sucessores deles no sacerdócio, que fizessem a mesma oblação: Fazei isto em memória, de mim (Lc 22, 19; l Cor 11, 24), como a Igreja Católica sempre entendeu e ensinou [cân. 2]. E assim, celebrada a antiga Páscoa, que a multidão dos filhos de Israel imolava em memória da saída do Egito (Ex 12, l ss), instituiu a nova Páscoa, imolando-se a si mesmo pela Igreja por mão dos sacerdotes, debaixo de sinais visíveis, em memória do seu trânsito deste mundo para o Pai, quando nos remiu pela efusão do seu sangue e nos tirou do poder das trevas, transferindo-nos ao seu reino (Col l, 13).
939. Esta é a oblação pura que se não pode manchar com indignidade ou malícia alguma dos que a oferecem, que o Senhor predisse por Malaquias se haveria de oferecer, em todo lugar, pura ao seu nome (Mal l, 11), que havia de ser grande entre as gentes. A esta oblação alude claramente S. Paulo escrevendo aos Coríntios que não podem aqueles que estão manchados com a participação da mesa dos demônios, fazer-se participantes da mesa do Senhor (l Cor 10, 21), entendendo por mesa o altar, em um e outro lugar. Finalmente, este é aquele sacrifício figurado por várias semelhanças de sacrifícios na lei natural e na escrita (Gn 4, 4; 8, 20; 12, 8. 22), pois encerra todos os bens significados por aqueles sacrifícios como consumação e perfeição que é de todos eles.

Cap. 2. — O sacrifício visível é propiciatório pelos vivos e defuntos

940. E como neste divino sacrifício, que se realiza na Missa, se encerra e é sacrificado incruentamente aquele mesmo Cristo que uma só vez cruentamente no altar da cruz se ofereceu a si mesmo (Heb 9, 27), ensina o santo Concilio que este sacrifício é verdadeiramente propiciatório [cân. 3], e que, se com coração sincero e fé verdadeira, com temor e reverência, contritos e penitentes nos achegarmos a Deus, conseguiremos misericórdia e acharemos graça no auxilio oportuno (Heb 14, 16). Porquanto, aplacado o Senhor com a oblação dele e concedendo o dom da graça e da penitência, perdoa os maiores delitos e pecados. Pois uma e mesma é a vítima: e aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que, outrora, se ofereceu na Cruz, divergindo, apenas, o modo de oferecer. Os frutos da oblação cruenta se recebem abundantemente por meio desta oblação incruenta, nem tão pouco esta derroga aquela[cân. 4]. Por isso, com razão se oferece, consoante a Tradição apostólica, este sacrifício incruento, não só pelos pecados, pelas penas, pelas satisfações e por outras necessidades dos fiéis vivos, mas também pelos que morreram em Cristo, e que não estão plenamente purificados [cân. 3].

Cap. 3. — As missas em honra dos santos

941. Ainda que a Igreja costume celebrar às vezes algumas missas em honra e memória dos Santos, contudo não diz que se lhes oferecem sacrifícios, mas unicamente a Deus, que os coroou [cân. 5]. É "por isso que o sacerdote não costuma dizer: Ofereço-vos este sacrifício, S. Pedro ou S. Paulo", mas, dando graças a Deus pelas vitórias dos Santos, implora o patrocínio deles para que se dignem interceder por nós nos céus aqueles, cuja memória celebramos na terra [Missal].

Cap. 4. — O Cânon da missa

942. Sendo conveniente que as coisas santas se administrem santamente, e sendo este sacrifício entre todos o mais santo, instituiu a Igreja Católica já há muitos séculos o Cânon sagrado, tão purificado de todo o erro [cân. 6], que nele não há nada que não rescenda a suma santidade e piedade, nada que não eleve a Deus as almas dos que o oferecem. Pois ele se compõe das palavras do mesmo Senhor, como das tradições dos Apóstolos e das piedosas instituições dos Sumos Pontífices.

Cap. 5. — As cerimonias solenes do santo sacrifício da missa

943. Já que a natureza humana é tal, que não pode, facilmente e sem socorros exteriores, elevar-se a meditar as coisas divinas, por isso a Igreja, piedosa Mãe que é, instituiu certos ritos para se recitarem na missa, uns em voz submissa [cân. 9], outros em voz alta. Juntou a isto cerimonias [cân. 7], como bênçãos místicas, luzes, vestimentas e outras coisas congêneres da Tradição apostólica, com que se fizesse perceptível a majestade de tão grande sacrifício, e para que o entendimento dos fiéis se excitasse, por meio destes sinais visíveis da religião e da piedade, à contemplação das coisas altíssimas que se ocultam neste sacrifício.

Cap. 6. — A missa em que só o sacerdote comunga

944. Desejaria o sacrossanto Concílio que os circunstantes que assistem a cada uma das Missas comungassem, não só espiritualmente, mas também com a recepção sacramental da Eucaristia, a fim de participarem mais abundantemente dos frutos deste santíssimo sacrifício. Contudo, se tal nem sempre se dá, nem por isso condena como privadas e ilícitas aquelas Missas em que somente o sacerdote comunga sacramentalmente [cân. 8], pois na verdade também estas Missas se devem considerar comuns, já porque nelas comunga o povo espiritualmente, já porque as celebra o ministro público da Igreja, não somente por si, mas por todos os que pertencem ao corpo [místico] de Cristo.

Cap. 7. — A água que se deve ajuntar ao vinho, quando se oferece o cálice

945. Admoesta mais o santo Concílio ser preceito da Igreja que os sacerdotes ajuntem água ao vinho ao oferecerem o cálice [cân. 9], tanto porque se presume que assim o fez Cristo Senhor Nosso, como também porque do seu lado saiu juntamente sangue e água (Jo 19, 34), mistério que é comemorado por este rito. E como no Apocalipse de S. João os povos se comparam à água (Apoc. 17, l 15), representa-se por este rito a união do mesmo povo fiel à sua cabeça, Cristo.

Cap. 8. — Que a missa ordinariamente não se deve celebrar em língua vulgar e
da explicação de seus mistérios ao povo

946. Se bem que a Missa encerre grandes ensinamentos para o povo fiel, contudo pareceu aos Padres não ser conveniente se celebrasse ordinariamente na língua vulgar [cân. 9]. Por isso, conservando o rito aprovado em toda parte de cada uma das Igrejas e da Santa Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas, e para que as ovelhas de Cristo não sintam fome e não suceda que os pequeninos peçam pão e não haja quem lho reparta (Lam. Jr. 4, 4), manda o santo Concílio aos pastores e a cada um dos que têm cura de almas, que durante a celebração da missa expliquem frequentes vezes por si ou por outros algo sobre o que se lê na missa, e falem sobre algum mistério deste santíssimo sacrifício, principalmente nos domingos e festas.

Cap. 9. — Introdução aos cânones que seguem

947. Como neste tempo se têm semeado muitos erros, muitas coisas se ensinam e disputam contra esta fé, fundado no santo Evangelho e nas Tradições dos Apóstolos, determina o santo Concílio, depois de muitas e maduras reflexões sobre estas matérias, com o consentimento unânime de todos os Padres, condenar com os seguintes cânones e expulsar da santa Igreja os que se opõem a esta fé puríssima e sagrada doutrina.

Cânones sobre o santíssimo sacrifício da Missa

948. Cân. 1. Se alguém disser que na Missa não se oferece a Deus verdadeiro e próprio sacrifício, ou que oferecer-se Cristo não é mais que dar-se-nos em alimento —seja excomungado [cfr. n° 938].

949. Cân. 2. Se alguém disser que Cristo não instituiu os Apóstolos sacerdotes com estas palavras: Fazei isto em memória de mim (Lc 22, 19; l Cor 11, 24), ou que não ordenou que eles e os demais sacerdotes oferecessem o seu Corpo e Sangue — seja excomungado [cfr. n° 938].

950. Cân. 3. Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório, ou que só aproveita ao que comunga, e que não se deve oferecer pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades — seja excomungado [cfr. n° 940].

951. Cân. 4. Se alguém disser que o santo sacrifício da Missa é uma blasfêmia contra o santíssimo sacrifício que Cristo realizou na Cruz, ou que aquele derroga este — seja excomungado [cfr. n° 040].

952. Cân. 5. Se alguém disser que é impostura celebrar Missas em honra dos Santos com o fim de conseguir a sua intercessão junto a Deus, como é intenção da Igreja —seja excomungado [cfr. n° 941].

953. Cân. 6. Se alguém disser que o Cânon da Missa contém erros e por isso se deve ab-rogar - seja excomungado [cfr. n° 942].

954. Cân. 7. Se alguém disser que as cerimonias, as vestimentas e os sinais externos de que a Igreja Católica usa na celebração da Missa são mais incentivos de impiedade do que sinais de piedade — seja excomungado [cfr. n° 943].

955. Cân. 8. Se alguém disser que as Missas em que só o sacerdote comunga são ilícitas e por isso se devem ab-rogar — seja excomungado [cfr. n° 944].

956. Cân. 9. Se alguém disser que o rito da Igreja Romana que prescreve que parte do Cânon e as palavras da consagração se profiram em voz submissa, se deve condenar, ou que a Missa se deve celebrar somente em língua vulgar, ou que não se deve lançar água no cálice ao oferecê-lo, por ser contra a instituição de Cristo — seja excomungado [cfr. n° 943, 945 s].


Vejam aonde levaram Nosso Senhor

Neste ano a Paróquia Sant´ana de Lavras completou 250 anos de existência. Para os comemorativos desta festa, a matriz da paróquia passou por uma reforma. Durante esta reforma o Santíssimo Sacramento simplesmente "sumiu da Igreja". Por diversas vezes fui até a matriz visitar Nosso Senhor e ele não estava lá. Fiquei um bom tempo pensando para onde O teriam levado. 
Confesso que fiquei um pouco preocupado, pois esta paróquia está sobre os cuidados dos ultra-progressitas padres dehonianos (basta dizer que o Padre Fábio de Melo e o Padre Joãozinho são dehonianos, para vocês terem uma noção da situação desta congregação), mas no fundo eu queria acreditar que eles tivessem levado o Santíssimo para um lugar muito digno, onde ele pudesse ser adorado com toda honra possível.
Contudo um belo dia entrei na sacristia e deparei com uma porta que dava para uma salinha que é uma espécie de "sala da bagunça" onde eles guardam cadeiras velhas, produtos de limpeza, instrumentos de música, algumas imagens velhas e tem até mesmo uma banheiro lá!! De repente vi que deixaram Nosso Senhor naquele lugar, no meio de toda aquela bagunça, sem nenhuma glória, sem nenhuma honra!!
Uma verdadeira profanação!!
Vejam essas fotos para ficar provado o descaso que os sacerdotes modernistas tem para com o Santíssimo Sacramento. Misericórdia meu Senhor!!!







domingo, 12 de dezembro de 2010

Nossa Senhora de Guadalupe


Ó Santíssima Virgem Maria, Nossa Senhora de Guadalupe, Rainha das Américas, intercedei por este continente tão infestado de heresias!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Uma notícia bem interessante

Acabei de ler esta interessante notícia:

Aprovada pela primeira vez uma aparição da Virgem Maria nos Estados Unidos


O Bispo de Wisconsin, nos Estados Unidos, Dom David L. Ricken, anunciou no dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Concepção, a primeira aprovação oficial de uma aparição da Virgem Maria nos Estados Unidos, ocorrida no século XIX em uma capela da cidade de Champion, em sua jurisdição eclesiástica.

Desde 1861, o lugar das aparições acolhe uma capela dedicada à Virgem Maria sob a advocação de "Our Lady of Good Help" (Nossa Senhora da Boa Ajuda). Logo depois de uma investigação de dois anos, Dom Ricken proclamou que as aparições são "dignas de ser creídas" e confirmou o reconhecimento oficial da diocese a este popular santuário Mariano.

Na festa da Imaculada, o Bispo decretou com "certeza moral" que a Virgem Maria realmente apareceu à jovem imigrante belga Adele Brise, em três ocasiões em outubro de 1859.

Nas aparições Adele contemplou uma mulher em vestimentas brilhantes. Em seu terceiro encontro, a Virgem Maria se identificou como "a rainha do Céu que reza pela conversão dos pecadores".

A Virgem confiou a Adele a missão de "reunir as crianças deste lugar campestre e ensinar-lhes o que devem fazer para a salvação. Vá e não tema coisa alguma. Eu te ajudarei".

A moça, então de 28 anos de idade, tinha querido ser religiosa antes de viajar da Bélgica aos Estados Unidos. Depois destas visões, ingressou na terceira ordem franciscana e instruiu muitas crianças e adultos, em uma época marcada pela escassez de sacerdotes em Wisconsin.

Em declarações ao grupo ACI, Dom David L. Ricken, comentou que a vida de Adele é um dos testemunhos mais convincentes da validez das aparições. Em vez de atrair a atenção de outros para si, dedicou-se humildemente a cumprir a missão encomendada.

O Prelado afirmou que Adele "percorreu toda esta área e visitou as casas que estavam mais longe" ressaltando seu espírito de humildade e simplicidade. "A maior quantidade das vezes caminhou, e podia passar vários dias com as crianças ensinando- lhes o catecismo e conversando com seus pais sobre a fé".

"Realmente tinha um espírito evangelizador… e o demonstrou, não só com sua mensagem, mas com toda sua vida", disse o Bispo.

Dom Ricken também se referiu às "incontáveis historia de orações respondidas" que incluem relatos "dos que muitos chamam milagres". Este Bispo indica que escutou "historia após história" sobre curas "incríveis" e conversões.

Na opinião do Pe. John Doefler, Reitor do Santuário de Our Lady of Good Help, estas aparições poderiam estar vinculadas às da Virgem da Lourdes em 1858.

"Em Lourdes, Maria se identifica como a Imaculada Concepção. Aqui o faz como Rainha do Céu. Entre ambas, englobam-se todos os mistérios marianos: desde o começo de sua vida até a assunção e a coroação no Céu".

Fonte: ACIDigital

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um breve resumo do vídeo da postagem anterior

Como o Leonardo já havia indicado publico aqui um breve resumo acerca do vídeo da postagem anterior, para ajudar nossos leitores que não entendem o inglês ou o alemão (original do vídeo). Quero deixar claro que não estou postando um tradução literal de todo o vídeo. Isso me custaria muito tempo e estou cheio de provas na universidade. O que faço aqui é relatar as principais falas do palarmentar, que realmente merecem destaque.
Primeiramente procurarei situar o leitor no contexto do video.
Pelo que foi dito na parte escrita do início do vídeo, o embaixador turco na Áustria teria dado uma entrevista, no qual ele teria declarado que os turcos (mulçumanos) são tratados na Europa como um "vírus" e que os austríacos seriam os culpados por "atrapalharem" as relações turcas dentro do continente europeu (penso que seria uma referencia ao foto de a muito tempo a Turquia lutar para entrar para a União Européia e nunca ter sido aceita).
Diante desta acusação um parlamentar austríaco com muita coragem faz uma declaração (pelo que me parece feita na corte da Áustria) em um tom bem agressivo, no qual ele relata como os cristão são massacrados pelos mulçumanos e como os europeus não fazem nada para acabarem com esse massacre.
Destaco aqui algumas partes:

00:36: Pede ao ministros de relações exteriores austríaco que declare o embaixador turco de "persona non grata"e pede que sua demissão seja exigida. (neste momento o parlamentar é muito aplaudido)
01:00 Diz que não irá dobrar seus joelhos e tratar o embaixador turco de sua exelência
01:13: Relata o brutal assassinato de Dom Luigi Padovese que foi apunhalado 8 vezes em seu coração por um jovem de 26 anos que gritava: " Alá é o maior". Também relata como foi negada ajuda ao arcebispo, por parte das pessoas que passavam na rua.
01:55: Relata que desde 2008 muitos sacerdotes vem sendo mortos na Turquia.
02:00: Discute com um colega que o acusa de estar fazendo "drama".
02:07: Diz que seu colega deveria se envergonhar, por não se importar com essa situação que os cristãos vivem na Turquia.
02:13: Diz que esse desejo de "liberdade religiosa" desejada nos dias de hoje é pura hipocrisia (muita gente que "veste" uma batina precisava de entender isso)
02:19: Reclama que quando um bispo católico é brutamente morto ninguém faz NADA
02:50: Muito aplaudido por recordar novamente como os cristão são massacrados em paises Islâmicos.
03:12: Relata também a brutalidade com que os mulçumanos matam meninas de 16 anos (muitas enterradas vivas) que tem relações extraconjugais e que nestes casos o mundo ocidental se enche de dores. Mas o que fazem pelos católicos???
03:39: Acusa os próprios turcos de serem culpados por não acontecer uma maior "integração", pois são os prórpios turcos que não querem respeitar os cristãos.
03:53: Cita uma lei turca que criminaliza qualquer ato de "menosprezo"(não encontrei uma palavra melhor) para com a nação turca, porém no entanto, ele (o parlametar austríaco) acusa o embaixador turco de menosprezar a Áustria. Neste caso não há nenhuma punição.
04:25: Convida o embaixador turco a retornar a Istambu, que ironicamente ele chama de Terra das maravilhas. (Mais uma vez muito aplaudido)
04:34 até o final: Diz que a Áustria não é um pais com uma tolerância romantica como parece e que uns poucos politicos e que o povo Austriaco não iria aceitar tudo isso que ocorre. (Muito aplaudido neste momento"

OBS: Mais uma fez afirmo que não foi feita a tradução literal do video. Apenas transmiti a idéia das falas, com poucas traduções literais.