quinta-feira, 30 de junho de 2011

Interessantíssima mensagem de Bartolomeu I ao Papa Bento XVI

A Sua Santidade,
Papa da Antiga Roma,
Bento XVI,
Saudações fraternas no Senhor Jesus, nosso Deus!

Celebra-se novamente a luminosa festa da memória sagrada dos Santos Apóstolos e Corifeus Pedro e Paulo. Nossos pensamentos, da Sé do Santo Apóstolo André, dirigem-se aos da Antiga Roma e a Vossa Santidade, com amor fraterno e grande respeito, a fim de exprimir-lhe e manifestar-lhe a nossa alegria pela celebração de um tão grande aniversário. Ao transmitir-lhe, Santidade, o nosso augúrio fraterno na ocasião desta festa, nós o abraçamos cordialmente e pedimos a Deus Criador de todas as coisas que o guarde, dê-lhe forças e o guie para o bem da Igreja e a promoção da unidade de todos os cristãos.

Os primeiros Apóstolos e mestres do universo, aqueles que a hinografia ortodoxa canta “Pedro, a pedra da fé e Paulo, o elogio do universo”, são celebrados por todos os cristãos da terra como “as delícias de todo o universo”, e em particular como “a glória e o orgulho de Roma”. Isto se deve ao fato de que Pedro “pregado na cruz, tenha estabelecido o caminho para o céu e para o Reino do qual tem entre as mãos as chaves que Cristo lhe confiou”, e Paulo foi “considerado digno de ser bem-aventurado no Salvador porque morto pela espada”. Por isto Roma “se alegra e festeja” ao recordar o sangue dos dois Corifeus e com ela alegra-se todo o universo ao receber o seu ensinamento.

Pelo martírio e o testemunho dos dois Apóstolos, a santíssima Igreja de Cristo permaneceu plenamente unidade durante um milênio, instituída sobre a confissão de Pedro ao Senhor: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” (Mt 16, 16) e sobre a fundação do Evangelho do qual Paulo foi o sábio arquiteto (1Cor 3, 10). Sobre estes fundamentos, os Padres da Igreja, nos Concílios Ecumênicos, formularam a nossa fé comum e no-la transmitiram. Estes fundamentos constituem uma orientação em todas as nossas ações e em todos os nossos passos.

Esta fé dos Apóstolos, que os nossos Padres interpretaram e nos transmitiram através dos Concílios Ecumênicos, também nos a possuímos hoje e ela constitui uma orientação segura, preparando o caminho que conduz à restauração da plena comunhão num diálogo de verdade e de amor. Os nossos Padres examinaram as questões relacionadas à nossa união e à nossa divisão que por um milênio nos afastaram uns dos outros, a fim de que com uma só boca e com um só coração confessemos novamente a fé salvadora de Pedro e o kerigma do Apóstolo das Nações.

Deste esforço celeste para ver a nossa plena comunhão restabelecida sobre o fundamento da fé e da confissão dos Apóstolos e dos Padres da Igreja, nós possuímos o mesmo ardor de Vossa Santidade, que é conhecido por ser o fundamento da tradição apostólica da Igreja.

Certamente é preciso empenhar-se a fim de que nosso caminho em direção à unidade seja baseado sobre os sólidos fundamentos da fé e da confissão dos Apóstolos e dos Padres. E não somente porque isto se impôs como tradição comum no primeiro milênio depois de Cristo, mas também porque somente a verdadeira fé apostólica e patrística, corretamente interpretada, pode realizar hoje a salvação do homem. Como confessava São Pedro, “cheio do Espírito Santo”, “de fato não foi dado aos homens outro nome sob o céu pelo qual possam ser salvos” (At 4, 12).

Transmitimo-lhe, Santidade, os nossos pensamentos a respeito de tal comunhão tão desejada como um sinal positivo neste dia de festa na Igreja de Roma e alegramo-nos também no profundo do coração pelos seus sessenta anos de sacerdócio, Santidade.

Trata-se de um momento importante na sua vida, como também na vida de sua Igreja. Rendendo honra ao trabalho desenvolvido por Vossa Santidade no plano teológico e para toda a vida da Igreja, pedimos ao Senhor que lhe conceda a força espiritual e física a fim que nos anos vindouros possa prosseguir o seu empenho a serviço da palavra da verdade e da santa missão da Igreja para a glória de Seu santo nome.

Estas saudações, motivados pelo amor fraterno, lhe são dirigidos, Santidade, na ocasião da festa de sua Igreja. Nós o abraçamos com amor e respeito.

23 de junho de 2011
O Amado Irmão em Cristo de Vossa Santidade
Bartolomeu de Constantinopla

Créditos: Oblatvs

Um comentário:

  1. Deus seja louvado! Que esses nossos irmãos retornem, e consigo tragam outros patriarcados para o pelo catolicismo!

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